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Apostando em chuvas até o fim do mês, sojicultores de MT iniciam plantio

Entidades do setor recomendam que produtores esperem as primeiras chuvas e a volta da umidade ao solo para semear a oleaginosa

Pedro Silvestre, de Tapurah (MT)
As chuvas ainda não caíram em Mato Grosso e as previsões meteorológicas apontam que as precipitações com regularidade devem vir mesmo só no começo de novembro. Ainda assim alguns produtores não quiseram esperar as primeiras chuvas e já iniciaram o plantio, na esperança que caia alguma água nos próximos dias.

A maioria dos produtores do estado ouviram a recomendação das lideranças do setor para aguardarem a volta das chuvas e somente então iniciar a semeadura da oleaginosa. A preocupação é que com a rentabilidade em jogo, arriscar ter um replantio e fechar no prejuízo não é uma opção.

Claro que para toda regra há uma exceção. O produtor Silvésio de Oliveira, do município de Tapurah, região central do estado, não quis aguardar as chuvas e começou a plantar mesmo com o solo seco, baseado em perspectivas climáticas. O resultado por enquanto é a preocupação.

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“No ano passado tivemos chuvas mais regulares nesse período, mas isso não se repetiu esse ano. Até tivemos algumas chuvas no início de setembro e tem previsão de mais duas chuvas até o final do mês. Espero que venha pelo menos uma dessas para salvar o que plantamos e germinar as sementes para não ter que fazer o replantio”, afirma Oliveira.

Mesmo sabendo dos riscos, o produtor afirma que começar a semeadura agora faz parte de uma estratégia adotada por ele há anos e que vem gerando boas produtividades. “Tive 48 milímetros de chuvas acumaladas aqui. Mas, essa umidade não está na superfície. Eu coloco a semente em.uma terra que não tem umidade nenhuma para germinar. Aliado a isso fiz uma palhada boa para ter uma temperatura adequada no solo. Assim esta semente fica cinco ou oito dias ali, conservada, sem problemas”, garante ele.

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O produtor acrescenta que as suas sementes têm um tratamento com fungicida e inseticida para evitar que tenha algum problema. “Ela aguenta.uma semana, dez dias sem chuva nenhuma já que a área é argilosa. Se chover até o final do mês está dentro do período adequado da minha programação e está tudo certo”, diz ele.

Para o presidente do sindicato rural de Tapurah, Carlos Belló, esta ânsia de plantar o quanto antes também tem outra explicação: a chegada de doenças e pragas. “Quanto mais cedo você plantar, mais chances tem de escapar da mosca branca, ferrugem asiática  e outros problemas. O problema é que quando o clima não ajuda não tem o que fazer. Sem falar que muitos estão com receio de perder a janela ideal para plantio da segunda safra de milho”, afirma Belló.

No entanto, o presidente do sindicato defende que os produtores aguardem as primeiras chuvas para iniciar o plantio. “É preciso ter a garantia de uma germinação, já que o custo das sementes está alto e se errar, terá que replantar. Por isso temos que ter cautela, porque se tiver que fazer o replantio esse custo vai ficar ainda mais alto. Olha o preço da soja como está, por isso temos que ter calma.”

De acordo com o Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária (IMEA), o estado irá cultivar 9,4 milhões de hectares na safra 2017/2018, crescimento inferior a 1% por cento (0,22%). A previsão de produtividade para esta temporada é de 54 sacas por hectare neste ciclo, contra 55 do anterior.

“Os custos de produção regrediram em algumas regiões, mas ainda temos o maior custo de produção do país em Mato Grosso e isso está estrangulando a nossa rentabilidade. Por isso precisamos ter cautela no plantio porque a renda em algumas regiões está negativa e na maior parte do estado é uma rentabilidade que mostra um alerta ao produtor”, diz o presidente da Aprosoja-MT, Endrigo Dalcin.

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