Paste this at the end of the

tag in your AMP page, but only if missing and only once.

Aprenda a produzir em casa o inseticida com baculovírus

Inseticida natural de baixo custo, desenvolvido pela Embrapa, não provoca danos aos seres humanos ou ao meio ambienteO baculovirus anticarsia, inseticida natural, foi desenvolvido pela Embrapa na década de 80. Além de não trazer problemas para o meio ambiente, o controle biológico através do uso da própria lagarta oferecia também um baixo custo para os produtores. Só que ao longo do tempo a técnica foi caindo no desuso.

O momento ideal para produzir o baculovirus é logo após o ataque da planta, quando as lagartas estão com a maior carga viral. Para produzir 20 gramas do inseticida natural são necessárias entre 50 e 70 lagartas de tamanho grande. Depois de amassadas e coado o líquido, o produto é diluído em 200 litros de água. Quantidade suficiente para pulverizar um hectare. Se a quantidade de lagartas for maior você poderá usar um liquidificador para triturar os insetos, e se houver necessidade o líquido poderá ser congelado. Depois de aplicado na lavoura, o inseticida mata a lagarta entre 7 e 9 dias.
 
Flávio Moscardi, pesquisador aposentado da Embrapa, foi o criador da técnica.
 
? Ele é inofensivo para vertebrados ? inclusive o homem, e plantas. Ele só mata o inseto que ele infecta, que é a lagarta da soja. Também não polui o solo ou as águas. Ele é inócuo e também não tem impacto sobre outras espécies, inclusive de insetos como outras lagartas e também parasitóides predadores que são os inimigos naturais. As vantagens são muito grandes, além do custo ser barato ? explica o pesquisador.

? A grande vantagem é que ele pode ser aplicado apenas uma vez contra as lagartas pequenas. E essas lagartas vão morrendo, e quando morrem contém uma quantidade muito grande de partículas virais que se multiplicam em todos os tecidos da lagarta e com isso sempre há a liberação de mais vírus sobre as plantas da soja, gerando a morte de lagartas que eclodem de posturas feitas depois da aplicação.
 
Há 10 anos, o baculovírus chegou a ser utilizado em dois milhões de hectares de soja em todo o brasil. o inseticida foi um dos maiores exemplos de controle biológico.

Atualmente, a área tratada com o baculovírus é bem menor: são apenas 200 mil hectares de soja em todo o país. o uso diminuiu devido a novas práticas de controle de pragas.
 
? Infelizmente, começou-se a aplicar cada vez mais cedo, com as plantas ainda pequenas, ou antes da soja nascer na dessecação. Se incutiu que deveria se aproveitar as aplicações. Ao se fazer a aplicação de herbicidas, por exemplo, que se misturasse inseticidas químicos de amplo espectro que na verdade levaram a um desequilíbrio. E com isso se eliminava muito cedo os inimigos naturais de pragas ? comenta o pesquisador da Embrapa.

? Com isso, o produtor acabou aumentando o número de aplicações. Obviamente, que tendo problemas com essas outras pragas, não dava para ele usar o baculovírus, que é específico para a lagarta da soja anticarsia gemmatalis. Então se gerou uma inversão de valores dando status de praga para insetos que antes não eram pragas ? finaliza.
 
Depois de criar a técnica do baculovírus na década de 80, o pesquisador Flávio Moscardi vai conduzir um novo estudo. Para o colega Adeney Bueno, também pesquisador da Embrapa, o resultado pode corrigir um grande erro.
 
? Existe um projeto recém-aprovado na Embrapa que vai estudar a compatibilidade de se misturar o baculovírus com herbicidas, por exemplo. Porque o produtor, quando vai aplicar o herbicida na pós-emergência, sente a necessidade de aproveitar a operação agrícola. Muitas vezes, ele mistura inseticidas de longo espectro, que acabam tendo efeito danoso à lavoura porque eliminam os inimigos naturais, causando um desequilíbrio que faz com que outras pragas que não cresceriam a ponto de serem pragas ocorram. Então, se o doutor Flávio provar que dá para usar o baculovírus junto com o herbicida, essa aplicação seria muito menos danosa. Além de controlar a lagarta da soja, ia permitir a preservação de inimigos naturais e que outros problemas sejam minimizados ? afirma.

? Essa é uma grande esperança nossa. O desuso do baculovírus foi um grande erro que tem não só aumentado o número de aplicações de inseticidas, como também acarretado muitos problemas.

Sair da versão mobile