Na avaliação de Fávaro, sem a confirmação de que o governo vai ajudar a tirar do mercado um volume maior do grão, a disputa pelos contratos de opção será acirrada e produtores acabarão pagando um prêmio elevado para arrematar um contrato de venda para o governo.
– Quando lança pouco volume, é um pingo d’água em chapa quente, vira carnificina – disse Fávaro.
O valor de abertura do prêmio é de R$ 34,02 por contrato, o equivalente a R$ 0,021/saca, mas com uma disputa entre participantes, esse valor deverá subir. Produtores que adquirirem contratos de opção do governo e optarem pelo exercício do contrato no vencimento, em 29 de novembro deste ano, receberão R$ 15,02/saca, valor 16,1% acima do mínimo de garantia nos Estados do Mato Grosso e Rondônia, que serão beneficiados por esse primeiro pregão.
O edital publicado no site da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) não previu um limite de aquisição de contratos por participante ou cooperativa mas, na avaliação de Fávaro, é possível esperar a realização do primeiro leilão para avaliar se haverá concentração de contratos na mão de poucos vendedores.
No total, está previsto que o governo realize leilões de contratos de opção para dois milhões de toneladas, mas o volume é considerado insuficiente frente à produção de 17 milhões de toneladas estimada para a safrinha no Mato Grosso e 44 milhões de toneladas no país.
– Vamos continuar insistindo nos leilões de Prêmio de Escoamento de Produto (PEP) – afirmou o executivo. A Aprosoja-MT pede que o governo auxilie no escoamento de 10 milhões de toneladas do cereal, enquanto o governo estuda leilões para oito milhões de toneladas.