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Aprosoja Brasil destaca potencial de nova fronteira agrícola para a soja

Região tem calendário diferente e estudo da Embrapa aponta que produtividades podem chegar a 80 sacas por hectare. Veja os pontos positivos e negativos destacados pela pesquisa!

Daniel Popov, de São Paulo
Desde o ano passado as pesquisas da Embrapa ressaltam o grande potencial da microrregião conhecida como Sealba, que engloba parte de Alagoas, Sergipe e Bahia, para a produção de soja. Após uma visita recente a região o presidente da Aprosoja Brasil, Bartolomeu Braz, comprovou a aptidão e ressaltou pontos importantes para investimento ali.

Em 2017 estudos da Embrapa Tabuleiros Costeiros mostraram que esta região foi identificada com um significativo potencial para a produção da principal commodity brasileira, a soja. Nos quatro anos do levantamento, a produtividade potencial da região chegou a 80 sacas por hectare.

“Tenho certeza que a soja estará inserida na fronteira agrícola do Sealba”, diz Braz após visita ao Campo Experimental da Embrapa em Nossa Senhora das Dores (SE). “A região do Sealba é competitiva, pois está próxima aos portos, facilitando a exportação desta commoditie que se reflete na bolsa de Chicago” disse Bartolomeu.

O presidente da Aprosoja Brasil conheceu os experimentos dos pesquisadores Edson Patto e Sérgio Procópio onde compara a diferença de resultados para a cultura da soja com e sem plantio de braquiária consorciada ao milho, em rotação de cultura, no ano anterior, bem como os benefícios do plantio direto associado ao sistema em relação ao modo convencional.

“O Sealba ainda oferece algo a mais. Nessa região, plantamos no inverno, com temperatura mais baixa e por isso temos uma soja com sanidade melhor, custo menor e preços mais competitivos devido a logística”, complementou.

O presidente da Aprosoja constatou a notável diferença de tamanho das plantas e das vagens, bem como o enchimento e peso médio de grãos – quesitos cruciais para os resultados de produção e ganho dos produtores, especialmente em época de deficiência hídrica.

Os pesquisadores mostraram como a braquiária foi capaz de conservar a umidade em ano muito seco, quando deveria chover 1.300 milímetros mas ocorreu apenas 300. Essa gramínea  tem sido cada vez mais vista como um verdadeiro “capim-santo” para as culturas de grãos na nova região do Seaba.

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Época de plantio e colheita diferenciada

A região do Sealba apresenta seu principal período chuvoso no outono-inverno, enquanto as demais regiões produtoras de soja do Brasil têm seu período chuvoso na primavera-verão. Isso resulta em benefícios fundamentais, como:

1 – colheita em época diferenciada do restante do Brasil (possibilidade de obtenção de melhores preços);

2 – possibilidade de aquisição de sementes de melhor qualidade fisiológica (sementes colhidas na região Centro-Sul e Matopiba em março e abril, quando o plantio no Sealba é de abril a junho);

3 – oportunidade de terceirização de máquinas agrícolas provenientes do Centro-Sul e Matopiba (desencontro das operações agrícolas entre essas regiões e o Sealba);

4 – desenvolvimento da soja em temperaturas mais favoráveis (como o cultivo é realizado no outono/inverno, a temperaturas, principalmente a noturna, são mais favoráveis às necessidades da planta);

5 – oportunidade do Sealba se tornar uma região produtora de sementes de soja de alta qualidade, voltada ao abastecimento de regiões como o Norte do Mato Grosso, o Pará e o Matopiba (as sementes são colhidas entre agosto e outubro, se encaixando perfeitamente nas necessidades dessas regiões, onde o plantio de soja ocorre entre outubro e o início de dezembro);

6 – maior teor de proteína nos grãos de soja (estudos iniciais apontam teores de proteína chegando a 41% nos grãos da soja produzida no agreste sergipano – isto resulta em uma maior qualidade do farelo produzido a partir da soja produzida na região).

Vantagens

Proximidade com terminais portuários

A localização estratégica desse recorte territorial, próxima a terminais portuários nos três estados, garante uma redução no custo de frete para a entrega da soja voltada à exportação.

Proximidade com produtores de proteína

A região fica próxima a importantes polos de produção leiteira do Nordeste, e de regiões avícolas, que geram uma grande demanda por farelo de soja, fonte de proteína para a alimentação animal. O incremento da produção do grão na região ajudaria a suprir essa demanda com redução significativa de custos.

Proximidade das usinas produtoras de biodiesel

A soja é a principal fonte oleaginosa para a produção nacional de biodiesel, e a região tem potencial para fornecer o grão para unidades de processamento de todo o Nordeste, principalmente a usina localizada no município de Candeias-BA.

Experiência dos produtores sergipanos com milho

Experientes produtores de milho do Agreste Sergipano, uma das regiões de mais alta produtividade do país, possuem alto potencial para o aprendizado e a assimilação das práticas culturais utilizadas na produção de soja.

Oportunidade para a diversificação de cultivos

A soja pode ser introduzida e consolidada na região como uma grande alternativa para a diversificação de culturas, rotação de culturas (como o milho) aumentando a sustentabilidade ambiental, maior conservação de solo, recursos naturais e biodiversidade.

Desafios

É importante frisar que para o estabelecimento da cultura da soja na região alguns desafios foram identificados. Entre eles:

1 – a existência de poucas unidades de armazenamento e secagem de grãos (Umidade do grão para comercialização é de no máximo 14%);

2 – poucas cooperativas de produtores rurais;

3 – limitação de políticas agrícolas para o chamado “Nordeste Úmido”, onde está localizada a maior parte do SEALBA (a grande maioria das políticas agrícolas do Nordeste está voltada para a região semiárida, com foco na convivência com a seca);

4 – capacitação da assistência técnica agropecuária;

5 – revendas agropecuárias locais com falta de estoque e tradição com insumos direcionados à cultura da soja;

6 – inexistência de inoculantes com validade compatível com a época de plantio de soja no SEALBA;

7 – predomínio do preparo convencional do solo nas áreas de produção de grãos (conservação da água no solo);

8 – presença de camada adensada de solo (coeso) nos argissolos dos Tabuleiros Costeiros (risco de encharcamento, nocivo ao desenvolvimento da planta);

9 – residual de herbicidas no solo em áreas de reforma de cana-de-açúcar, podendo causar prejuízos para a soja cultivada em sucessão;

10 – e variabilidade pluviométrica entre os anos.

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