Criação da Cédula Imobiliária Rural (CIR) vai permitir que uma fração do imóvel possa ser oferecida como garantia de financiamentos ao invés da área inteira
O crédito mais caro, com juros mais altos, também preocupa as lideranças do agronegócio brasileiro. De acordo com um levantamento da Associação dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja Brasil), os juros praticados superam em mais de 50% o custo do crédito nos EUA e Argentina. Por outro lado, há interesse de investidores estrangeiros aplicarem recursos no setor, embora, se conheça pouco sua realidade. Isso gera uma barreira de limitação, já que investidores precisam de garantias.
Contudo, os produtores que tinham acesso ao crédito abundante se viram obrigados a lançar mão de grandes volumes do próprio bolso para financiar a safra de grãos. De acordo com levantamentos da Aprosoja Brasil junto as bases, a participação de recursos próprios em alguns estados já chega aos 40% do volume necessário para custeio da safra.
– Muitos produtores tiveram que bater na porta de trades, cerealistas e multinacionais para financiar a safra, porém, ainda assim tiveram que usar recursos próprios para fechar a conta – afirma o presidente da entidade, Almir Dalpasquale.
Dentro deste cenário, a entidade apoio no Congresso Nacional o PLC 212/2012, de autoria do deputado Roberto Balestra (PP-GO), enviado ano passado para o Senado Federal. Pelo texto, o proprietário rural fica autorizado a submeter seu imóvel ou fração como patrimônio de afetação. Para instrumento de negociação, o projeto cria a figura da Cédula Imobiliária Rural (CIR). Com isso, uma parte ou fração do imóvel pode ser oferecida como garantia de financiamentos, ao invés da área inteira. Assim, o produtor poderá elevar sua captação de recursos de diferentes fontes.
– Este ano vamos atuar junto ao Senado para que esse assunto ande. Já colocamos isso como prioridade na pauta da FPA, agora é centrar as forças nos nossos senadores – explica Dalpasquale.
Com informações da Aprosoja Brasil