Com capacidade estática de armazenagem de 7,72 milhões de toneladas e 60% da safra recorde de soja estocada, a previsão é de que os produtores possam ter problemas caso não aumente o fluxo de escoamento dos grãos até os portos. Com 851 armazéns, Mato Grosso do Sul prevê uma colheita do milho safrinha equivalente a 6,2 milhões de toneladas e ainda conta com estoques de sacas da primeira safra de milho 2012/2013.
– Esperamos que os portos ganhem fluxo e que o escoamento passe a ter ritmo, assim conseguiremos exportar toda a soja e nos preocuparemos apenas com o armazenamento do milho – afirma o presidente da Aprosoja/MS, Almir Dalpasquale, durante reunião com o superintendente regional da Conab, Antônio Dotta, e com produtores da Cooperativa de Agronegócios de São Gabriel do Oeste (Cooperoeste).
A Cooperoeste, composta por 32 agricultores de São Gabriel do Oeste (MS), já busca alternativas para evitar possíveis tumultos. A cooperativa é responsável por 65 mil hectares plantados e possui armazém próprio, com capacidade estática de 1,25 milhão de sacas de 60 quilos, onde já estão armazenadas 800 mil sacas de soja. O milho safrinha desse grupo de produtores deve render o equivalente a 1,5 milhão de sacas, mas só possuem espaço garantido para 400 mil sacas.
– Estamos nos prevenindo juntos a Aprosoja e a Conab e nos antecipando para uma solução. Estamos cientes de que os silos bag terão de ser acionados, caso a logística se mantenha deficitária – salienta o presidente do armazém da Cooperoeste, Cláudio Bauzan.
O silo bag consiste em um bolsão de lona plástica, onde o produtor pode armazenar seus grãos. Os tamanhos podem variar de 1,8 a 3,6 metros de diâmetro e 30, 60 ou 90 metros de comprimento, sendo que a dimensão mais comum no Brasil corresponde a 1,8 por 60 metros. De acordo com Dalpasquale essa técnica de estocagem deve ser provisória.
– Não é do perfil do agricultor de Mato Grosso do Sul utilizar esse tipo de armazenagem e mesmo que não diminua a qualidade dos grãos, essa deve ser uma solução temporária, que deverá ocorrer se continuarmos sem a atenção necessária do governo federal no que diz respeito aos portos e infraestrutura logística – finaliza Dalpasquale.
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