Operação da PF, deflagrada no final de novembro, apura acusação de negociação de lotes destinados à reforma agrária no assentamento
A Associação de Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) pediu ao Ministério da Agricultura e ao Instituto de Defesa Agropecuária do Estado (Indea-MT) que fiscalize o plantio da safra 2014/2015 no município de Itanhangá, onde a Polícia Federal realiza a operação “Terra Prometida”.
– Devido à seca, a semeadura da soja ocorreu após o dia 20 de outubro. Felizmente, não identificamos a presença da ferrugem asiática, nem de lagartas como helicoverpa e falsa-medideira – afirma, em nota, o diretor técnico da associação, Nery Ribas.
Mesmo assim, há motivos para preocupação, destaca a Aprosoja-MT. O diretor explica que o clima de incerteza no município, gerado pela ação policial, influencia na gestão agrícola.
– Os próprios agricultores não sabem se terão condições para manter os cuidados com a lavoura. Precisamos ficar atentos a isso porque há várias áreas comerciais nos municípios vizinhos, e o controle fitossanitário é fundamental – diz Ribas.
Considerado o segundo maior projeto de assentamento da América Latina, o Itanhangá (mesmo nome do município onde está localizado, a cerca de 450 Km ao norte de Cuiabá) soma 1.149 lotes, com metragem de 100 hectares cada um. No total, são aproximadamente 115 mil hectares, dos quais mais de 60% são usados para a pecuária e agricultura.
A operação da PF, deflagrada no final de novembro, apura acusação de negociação de lotes destinados à reforma agrária no assentamento.
Estadão Conteúdo