A produção de milho em Mato Grosso deve ultrapassar 19 milhões de toneladas, uma alta de 25% em comparação com a safra passada. A saca de 60 quilos está sendo comercializada, em média, a R$ 14. No ano passado, estava em R$ 16, fato que vem deixando os produtores preocupados, já que o valor não cobre os custos de produção.
O problema pode se agravar, já que nesse ano os Estados Unidos, maior produtor mundial de milho, deve colocar no mercado uma safra cheia. No ano passado, uma seca atingiu as lavouras norte-americanas, provocando uma forte quebra, o que beneficiou os produtores brasileiros, que exportaram o grão para suprir a demanda internacional. De olho nos próximos meses, a Aprosoja pede ao governo federal medidas que garantam a comercialização do milho.
O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, garante que, na semana que vem, as primeiras medidas devem ser anunciadas.
– O ministro e o governo federal têm uma visão muito clara da recomposição dos estoques e, ao mesmo tempo, balizar mercado vão sair dois milhões de toneladas de contrato de opção. Até a semana que vem, mais de um milhão de toneladas de contrato a termo. Esse é o primeiro passo, estamos discutindo dentro do Ministério da Agricultura junto com a Conab para depois nós fazermos, se necessário, mais intervenções de remoção para regiões que precisam da agroindústria, por exemplo, no Nordeste, no Sul do país e também acompanhar a produção do mercado internacional, deixar chegar efetivamente a safra do milho para gente fazer junto com isso – afirmou o secretário.
Além disso, os produtores de Mato Grosso podem ser beneficiados por leilões que o governo está realizando para suprir a demanda de produtores do nordeste por milho, que enfrentam a pior seca dos últimos 50 anos. Nessa semana, a Companhia Nacional de Abastecimento comprou 55 mil toneladas.
O superintende de logística operacional da Conab, Carlos Eduardo Tavares, esclarece que o governo está encaminhando para os Estados do Nordeste 550 mil toneladas de milho. O grão será destinado para alimentar os animais dos agricultores familiares. Segundo ele, mesmo com a quebra na safra, em função da maior seca dos últimos 50 anos, a região começará a colheita no próximo mês. O governo comprará uma eventual produção excedente no Nordeste para poder remanejar o produto mais facilmente aos agricultores que perderam tudo.