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Aprosoja pede renovação da emergência fitossanitária no Piauí

Falta de Chuva intensifica o ataque das pragas; estimativa é que há áreas com mortalidade de 70% de plantasAs lavouras de soja no Piauí estão há mais de um mês sofrendo com a estiagem. A estimativa é que a falta de chuva possa gerar de 15% a 30% de perda na produção. Devido às condições climáticas no Estado, a Aprosoja-PI encaminhou ao Ministério da Agricultura (Mapa) um ofício, solicitando a renovação do estado de emergência fitossanitária.

O pedido foi reforçado à ministra da Agricultura, Kátia Abreu, pelo presidente da Aprosoja Brasil, Almir Dalpasquale, na última segunda, dia 19. A ideia é que o Ministério assine a Portaria nos próximos dias.

Devido à falta de chuva no Piauí, o ataque das pragas está intensificado e por isso existe a necessidade de manter o estado de emergência. Com a Portaria publicada pelo Mapa, os produtores poderão usar produtos emergencialmente, como o vírus, armadilhas e o benzoato de imamectina.
 
O diretor da Comissão de Sustentabilidade, Gestão e Meio Ambiente, Pesquisa e Produção da Aprosoja-PI, Emiliano Mellis, explicou o que vem acontecendo nas lavouras de soja estaduais e as medidas que estão sendo tomadas pela entidade:

A seca no estado do PI vem causando grande preocupação nos produtores. Quantos dias sem chuva no PI?
 
Emiliano Mellis –
 As chuvas estão muito irregulares e heterogêneas no Piauí. De forma geral, as últimas chuvas significativas ocorreram entre 13 e 17/12/2014. Por volta dos dias 31/12/2014 e 05/01/2015 ocorreram chuvas fracas, esparsas e irregulares. As regiões que foram menos afetadas estão no oeste do Estado, na região de divisa com o Maranhão.

 
Já dá para dizer que teve perda, ou não? Se sim, qual o tamanho da perda? 
 
Emiliano Mellis – 
Fora a região oeste, onde não existe ainda uma previsão de perdas, as demais regiões podemos já contabilizar entre 15% e 30%. Isso depende de dois fatores, o tempo de cultivo na mesma área e de volume de chuva recebido. Se a área vem sendo cultivada há mais tempo, a cultura sente menos e se recupera mais rápido com o retorno das chuvas. E claro, onde choveu mais, as perdas foram menores.

 
E os preços, como estão no Estado?
 
Emiliano Mellis – 
Neste momento, a soja está cotada a R$ 59,00 a saca. O preço mencionado da soja corresponde ao preço atual. O preço futuro esperado para a próxima safra está em cerca de R$ 45,00 com o dólar a R$ 2,65, cenário que deixa uma margem de lucro irrisória para o produtor com boas médias de produtividade. Porém, a situação será diferente, caso o câmbio caia e/ou o produtor tenha uma frustração de produtividade, se isso acontecer a conta não fechará. 

 
Como a falta de chuva pode “atrapalhar” o plantio do milho?
 
Emiliano Mellis –
 Na região de safrinha (oeste), o impacto no atraso para a entrada de safrinha não é tão significativo. As demais regiões, que não fazem safrinha, estão com os mesmos problemas da soja. A diferença é que o milho não se recupera como a soja, com o retorno das chuvas.
 
Devido à estiagem, o controle de pragas fica mais complicado. Como está a situação das lagartas nas lavouras? Já existe uma estimativa de perdas?
 
Emiliano Mellis –
 Os ataques de Helicoverpa, falsa medideira e lagarta da soja têm se intensificado, em função da situação climática. Com a seca, as mariposas têm maior mobilidade e as lagartas se multiplicam mais rápido. Porém, as infestações ainda não estão em níveis críticos, ou seja, ainda é possível fazer o controle, desde que volte a regularidade das chuvas. Já o ataque da lagarta Elasmo, principalmente em áreas novas e mais arenosas, está devastador. E o controle desta praga é muito difícil, as chuvas são o melhor remédio para ela. Existem áreas com mortalidade de 70% de plantas.
 
De forma geral, tem alguma medida que a entidade está tomando para tentar amenizar o problema?
 
Emiliano Mellis –
 A renovação do estado de emergência fitossanitária é uma das principais ações que a Aprosoja-PI está encabeçando, que pode municiar o produtor com mais ferramentas integradas de controle e também alerta as autoridades para o problema. Outra medida são os treinamentos de manejo de pragas que a entidade tem promovido.

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