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Aprosoja-RS não fecha acordo com Monsanto

Presidente da entidade, Irineu Orth, diz que acordo daria vantagem somente à empresaA Aprosoja do Rio Grande do Sul rejeitou nesta quinta, dia 1º, em reunião com 66 sindicatos rurais do Estado, o acordo proposto pela Monsanto, que tentou negociar o pagamento de royalties de sementes de soja em troca da retirada da ação na Justiça contra a empresa. Em entrevista ao programa Mercado e Companhia, o presidente da entidade, Irineu Orth, ressaltou que a decisão em não aderir a acordo similar ao feito em Mato Grosso foi unânime entre os representantes.

>> Entenda a polêmica que envolve a cobrança de royalties da Monsanto sobre soja transgênica no Brasil

– Esse desconto que é dado pela venda semente Intacta RR2 [Roundup Ready 2, soja transgênica de segunda geração], de R$ 115,00 para R$ 96,00 por hectare, é insignificante perto daquilo que o produtor pode buscar na Justiça nos dez anos que lhe foi cobrado indevidamente 2% sobre sua produção. Seria um acordo que daria vantagem única e exclusiva a Monsanto, o produtor seria prejudicado – destacou Orth.

A ação do Rio Grande do Sul foi baseada na Lei das Cultivares, que permite que o produtor guarde suas sementes e as plante depois.

– Quando se cobrou 2% da produção de agricultores, isso foi feito através de acordo entre as entidades e a Monsanto, sem um embasamento legal – destaca o presidente da Aprosoja-RS.

Segundo ele, os produtores lutam por uma restituição de 10 anos sobre a tecnologia Roundup Ready. Na ação que a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato) movia contra a Monsanto e retirou da Justiça depois do acordo feito no final de julho, os produtores solicitavam apenas a restituição referente ao fim do prazo da patente da RR1, que expirou em 2010, e continuou sendo cobrada dos sojicultores.

Na reunião entre a Aprosoja, os sindicatos e a Farsul, também ficou claro que os produtores querem a permanência da Lei das Cultivares.

– Pode ser diferente em outros Estados, mas no Rio Grande do Sul, com suas peculiaridades, a Lei das Cultivares é fundamental, porque permite que o produtor guarde suas sementes quando for conveniente.

O dirigente da Aprosoja ainda esclareceu que os agricultores são livres para aceitar os acordos. Segundo ele, a cobrança pelo pagamento indevido de royalties continua no Estado.

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