Há 16 anos, o produtor Antônio Donizete comprou em Atibaia, interior paulista, o primeiro lote do sítio onde planta ameixa e pêssego. Aos poucos, ampliou a área e hoje é dono de 45 hectares. A produção é de 600 toneladas por ano. Não é maior porque quase 20 hectares não podem ser utilizados. São duas reservas legais de mata nativa preservadas e averbadas de acordo com o Código Florestal Brasileiro.
A possibilidade de receber incentivo financeiro pelas reservas com a venda dos chamados créditos de carbono, não só agradam ao produtor pelo ganho econômico. Ele considera justa a proposta.
O sistema funciona colocando um valor sobre o carbono, atualmente estimado em US$ 8 por tonelada. Calcular o crédito depende de fatores como o tamanho da área e o tipo de atividade. O produtor receberia pela reserva um valor até maior do que poderia faturar caso desmatasse a área que preservou.
O consultor em sustentabilidade Laércio Bruno Filho afirma que o modelo de venda dos créditos de carbono ainda é embrionário, no Brasil, depende de aprovação federal. Mas, a médio prazo, pode ser um bom negócio para quem preserva e para quem vai pagar para manter a reserva.