Na última safra, o trigo deixou de ser prioridade para Élvio Dobrachinski. O produtor rural de Ijuí (RS) resolveu esperar para investir de novo na cultura. Agora, mais otimista, dedicou 25 hectares para o cereal.
? Esse ano a gente está acreditando mais no mercado, e faz parte da rotatividade da lavoura também. Com um plantio direto bem instalado, a gente vê a necessidade da instalação de uma cultura de inverno ? disse Élvio.
Segundo a Associação dos Produtores e Comerciantes de Mudas do RS, a previsão é de que as lavouras de trigo ocupem 1 milhão de hectares. O aumento da área plantada é creditado à última safra de soja e milho que teria deixado os produtores mais capitalizados.
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O trigo brasileiro depende agora dos resultados das colheitas do Hemisfério Norte, onde estão mais de 80% da produção mundial. De acordo com analistas de mercado, as dúvidas são quanto à influência do clima nas lavouras. A Alemanha sofre com a estiagem, os Estados Unidos perderam qualidade justamente no trigo que é destinado para panificação e a Rússia pode voltar com força total depois da quebra provocada pela seca na última safra.
? A Rússia é o fiel da balança, porque ela exporta volume, exporta preços baixos e, principalmente, ela tem um fator logístico que ajuda muito, já que a região de maior importação de trigo do mundo é o norte da África e ela está perto. Logisticamente, ela consegue fretes bastante acessíveis. O maior importador de trigo do mundo é o Egito e a Rússia está à distância de dois, três dias de navegação do Egito, então, ela tem uma vantagem competitiva em relação a outros países ? afirmou Valter Von Muhlen Filho, analista de mercado.
