Prática ainda não é comum, mas utilizar um espaço na lavoura sem aplicar fungicidas serve como referência sobre a presença da doença na região
Fernanda Farias | Rio Verde (GO)
O Brasil apresenta queda do número de casos de ferrugem asiática nesta safra, mesmo assim o produtor deve se manter atento e fazer o controle da lavoura. Uma das alternativas é fazer a área de sentinela.
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Segundo o Consórcio Antiferrugem, o Paraná lidera o ranking com 42 casos, depois vem o Rio Grande do Sul e Mato Grosso. No país, 138 casos foram registrados até o momento. A redução no número deve diminuir a preocupação do produtor, alerta o fitopatologista Luís Henrique Carregal, que integra o Consórcio.
– São apenas números, depende da boa vontade do produtor de registrar, importante que se sabe em que área ela está – explica.
O engenheiro agrônomo Antônio Carlos Bernardes lembra que lavouras sem controle da ferrugem podem ter perdas de até 80% na produtividade.
– A cada ano que passa, a ferrugem atua de forma diferente. Os fungicidas, a eficácia é cada vez menor. A gente tem que ir atrás das pesquisas, universidade e pesquisadores para minimizar os prejuízos – comenta o agrônomo.
Os prejuízos causados pela ferrugem levaram o produtor José Roberto Brucceli a intensificar o combate à doença. Assim, a perda de produção foi de 15%. Nesta safra, já são três aplicações e uma semana antes da colheita não houve infestação.
– Sobre o custo, acho que aumentou em torno de 15%, mas compensa porque você tem 100% de produtividade. Estamos mais preocupados, desde o começo coletamos folhas, levamos para o laboratório do sindicato, antecipando uma primeira entrada de fungicida contra ferrugem. Eu destaco que o ponto forte é o controle sanitário que a gente está fazendo e levando mais a sério – salienta.
Depois de perder 10% da produção na última safra, o produtor José Oscar Durigan plantou uma área de sentinela na propriedade. Lá, foram identificados um dos quatro casos de Rio Verde. O espaço de 250 m² não recebeu nenhum tipo de controle, apenas o monitoramento. Ele serve como referência para o produtor saber se há a presença do fungo na região.
– Até você não encontrar, você fica na dúvida. Você faz aplicação, será que ela tem efeito? Após identificar, você sabe que tem na área, faz pulverização e continua com a lavoura – lembra Durigan.
Como a ferrugem asiática continua nesta área, o produtor vai fazer a terceira aplicação de defensivos na lavoura, que deve ser colhida no início de fevereiro. O uso de sentinelas não é comum, mas é recomendado por especialistas.
– É interessante que cada região fizesse sentinela, áreas pequenas e de fácil controle. Ajuda a ter parâmetro para outros produtores – diz o engenheiro agrônomo Antônio Carlos Bernades.
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