Área degradada pela indústria é transformada em jardim botânico no interior de São Paulo

Na cidade de Nova Odessa, espaço é usado para estudo, pesquisa e conservação da flora brasileiraEm tempos de discussão sobre como e quanto da floresta do país deve ser preservada, algumas iniciativas chamam a atenção. No interior de São Paulo, na cidade de Nova Odessa, uma área que estava degradada pela indústria foi transformada em um belo e moderno jardim botânico. Um espaço dedicado ao estudo, pesquisa e conservação da flora brasileira.

Cinquenta mil espécies é a estimativa da diversidade de plantas que temos no Brasil. Uma riqueza incalculável e, em alguns casos, ameaçada. Muitas dessas espécies já estão extintas.

Pesquisar e conservar a flora brasileira são metas deste homem há mais de 30 anos. O botânico Harri Lorenzi começou a gostar de plantas ainda criança. Ele ajudava no trabalho dos pais, agricultores de Santa Catarina. Mais tarde, estudou botânica e foi desbravar o interior do país em expedições científicas. Cada nova espécie, uma descoberta. Esse conhecimento adquirido, ele resolveu compartilhar.

Foi em 1998 que os exemplares que Lorenzi guardava em viveiros ganharam um novo e espaçoso lar. A 130 quilômetros de São Paulo, uma área de 10 hectares, virou um moderno jardim botânico depois de anos de trabalho.

No acervo, estão 3,6 mil espécies vegetais, 3,2 mil brasileiras. Tudo devidamente identificado e também dividido em jardins temáticos.

Entre os jardins está o dos sentidos. Em um corredor, estão mais de 20 plantas: medicinais, aromáticas, terapêuticas e até condimentos, temperos. O visitante vai caminhando e os sentidos vão sendo despertados. Ele pode observar as cores das flores, sentir a textura das folhas, sentir o aroma e, quem sabe, até degustar.

Outro destaque são as palmeiras brasileiras, mais de 300 no total. E nem todas são grandes e majestosas. Algumas são as menores palmeiras do mundo. Todas plantas adultas e com frutos.

Tudo foi construído usando conceitos de sustentabilidade. Os restos de construção foram aproveitados para fazer os canteiros. E toda a água usada na irrigação é captada da chuva, mais de 10 milhões de litros.

O local foi aberto ao público há menos de um mês. Quem visita, fica com vontade de voltar.