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O plantio do algodão na lavoura do produtor, Rubens Tolon, em Silvania, no Estado de Goiás, está praticamente concluído. Na safra 2013/2014, a área plantada cresceu 30%.
– Aumentamos um pouco a área de algodão em função de ajustes de talhões dentro da propriedade para 540 hectares. O plantio está se dando normalmente, as plantas estão germinando de acordo com as nossas expectativas – afirma o cotonicultor.
Além de Goiás, nos outros Estados que mais produzem a pluma, a expectativa de ampliação da área plantada varia entre 20 e 30%, como em Mato Grosso (28%) e Bahia (20%).
– Para a próxima safra, o produtor está mais animado. Acho que nós vamos aumentar 22% na área. Os indicativos que nós temos de todas as nossas afiliadas nacionais é de que o plantio deve crescer – diz o presidente da Abrapa, Gilson Pinesso.
O setor prevê também aumento da produtividade: 300 mil toneladas devem ser colhidas a mais do que na última safra, que alcançou a marca de 1,200 milhão de toneladas. Segundo o presidente do Instituto Brasileiro do Algodão (Iba), Haroldo Cunha, uma das consequencias desse crescimento será a desvalorização do produto.
– Vai haver um excedente, mas o mercado interno não vai ser tão superior porque ele não vai ter garantido o seu abastecimento. O mercado externo não esta muito atraente. O algodão tem sofrido um pouco, cotações indicam negócios abaixo de US$ 0,75centavos por libra peso. Bem inferiores dos quase US$ 090 centavos de 2013 – salienta Pinesso.
Na contramão, está o custo de produção que deve subir no próximo ano, passando de RS 5,800 para R$ 6000 por hectare. Os principais responsáveis por esta alta são os defensivos usados no combate as pragas, principalmente a Helicoverpa armigera. O governo federal já declarou emergência fitossanitária para Mato Grosso, Goiás, Piauí e parte de Minas Gerais e da Bahia, o que permite aos produtores importarem o benzoato de emamectina para combater a praga. A ação, muito aguardada, não afastou a preocupação, já que o processo para a compra inclui uma serie de exigências a serem cumpridas.
– Pode haver ainda falta de produto no mercado e a gente não sabe também como vai ser o clima. Dependendo do clima, a lagarta vai ser mais ou menos agressiva para o algodão – destaca Cunha.