No entanto, apesar do incremento de área neste ano, o volume para exportação não deve crescer significativamente, segundo o analista Gustavo López, da consultoria Agritrend.
– Na melhor das hipóteses, a produção chegaria a 10,5 milhões de toneladas, o que deixaria disponível para exportação entre quatro a cinco milhões de toneladas, volume insuficiente para atender o Brasil, por exemplo – afirmou. O mercado brasileiro importa cerca de seis milhões de toneladas do cereal.
A Guia Estratégica para o Agro (GEA), publicada na última semana pela Bolsa de Rosario, aponta que a implantação das lavouras atinge 90% do total esperado. As províncias de Entre Rios, Buenos Aires e Córdoba são as que registram maior incremento de área, de 19% a 22%, ante o ano passado. Já o norte argentino mostra, segundo a bolsa, capacidade “restrita” para investir no cultivo do cereal, devido à escassez de água e às “muito severas” complicações que atingiram a safra verão. No relatório, especialistas da bolsa afirmam que no ano passado o norte e noroeste do país semearam 600 mil hectares. Em 2013, a área deve ser de 300 mil hectares.
No sudeste de Buenos Aires, no entanto, os técnicos esperam importante recuperação da superfície do trigo, que havia sido ocupada com cevada no ciclo precedente. Por outro lado, há atrasos na implantação em toda área de Tandil e Tres Arroyos, província de Buenos Aires, em função de excesso de chuva, e a área está longe de chegar aos 850 mil hectares projetados inicialmente. Historicamente, essas regiões semeiam com trigo 1,5 milhão de hectares.
No leste de Córdoba e no resto da região pampeana, a safra 2013/2014 começou com um bom cenário hídrico e condições de plantio muito alentadoras, observam os especialistas em trigo da bolsa. Já o sudoeste de Córdoba, parte de La Pampa e sudoeste de Buenos Aires “são as zonas mais ajustadas no que diz respeito às reservas de umidade, como se observava no começo de junho”.