Com um milhão de hectares, a área com trigo no Estado é 13% menor em relação ao inverno passado. 73% das lavouras estão em desenvolvimento vegetativo. A estiagem de maio provocou falhas visíveis entre as plantas, mas quem manteve a tecnologia pode perder menos.
O nitrogênio aplicado em duas etapas, na semeadura e no perfilhamento, pode aumentar a produtividade em até 10% em condições normais de clima e solo. Em situação de stress hídrico pode não atingir este índice, mas certamente evita perdas maiores.
Como a estiagem aconteceu justamente no período de perfilhamento para a maioria das lavouras já implantadas, a aplicação da segunda etapa de nitrogênio ficou prejudicada. Ela deveria acontecer mais ou menos 20 dias após a emergência do trigo. Mas, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) recomenda que o restante do produto seja pulverizado assim mesmo. O que não foi perdido com a seca pode compensar as outras áreas.
Somente 15% do trigo paranaense ainda não foi semeado. O pesquisador da Embrapa Soja, Manoel Bassoi, lembra que a proporção de nitrogênio padrão é de um terço na semeadura e dois terços em cobertura. Mas, as condições de solo e clima de cada propriedade podem alterar um pouco a época e a quantidade. Bassoi explica que a pesquisa ainda deve ao agricultor indicações mais precisas em relação ao nitrogênio.
? No caso do nitrogênio a gente não tem muita resposta, ainda não há muitos trabalhos recomendando particularmente para cada cultivar, é de maneira geral. Nós estamos tentando “refinar” essas recomendações, principalmente das nossas cultivares. Estamos com trabalhos nessa área, na hora de colocar a cultivar para o agricultor já dizer quais são as necessidades dela, principalmente de nitrogênio ? explica Bassoi.