Segundo o sócio-diretor da Céleres e coordenador do estudo, Anderson Galvão, a nova estimativa supera as previsões iniciais da consultoria, que apontava em agosto que a área ocupada por lavouras transgênicas no ciclo ficaria em 30,5 milhões de hectares.
– Esse aumento é reflexo do bom momento do agronegócio brasileiro e da maior confiança que o produtor tem para apostar em variedades transgênicas com garantia de rentabilidade – afirma.
A soja continua respondendo pela maior parte da área. Serão 21,4 milhões de hectares cultivados com variedades geneticamente modificadas na safra, um aumento de 16,7% em relação à safra anterior, ainda conforme o estudo. A região Centro-Oeste segue na liderança nacional na produção do grão transgênico, responsável por 42,7% da área (9,1 milhões de hectares). A região Sul vem logo em seguida, com 40,4% do total (8,7 milhões de hectares).
A área com algodão geneticamente modificado também será maior e deve atingir 469 mil hectares, um aumento de 32,2% sobre a safra anterior. Também nesse caso a região Centro-Oeste lidera, com 54,6% da área total de algodão com biotecnologia (256 mil hectares).
No caso do milho, o acompanhamento leva em consideração tanto a safra verão, que deve ser plantada entre novembro de 2011 e janeiro de 2012, quanto a inverno, cujos trabalhos devem ter início a partir de março. Os números desta última ainda não estão definidos, mas Galvão acredita que a tendência também é de aumento expressivo. Na soma das duas safras, 67,3% da área total plantada com milho no Brasil serão ocupados por híbridos geneticamente modificados, em um total de 9,9 milhões de hectares. Aumento de 32% ou em relação ao período 2010/2011.
A safra verão deve ocupar 4,9 milhões de hectares, ou 45,4% dos espaços totais ocupados pelo milho, o que representa 1,5 milhão de hectares a mais do que na safra verão 2010/2011. A região Sul ainda concentra a maior parte dessas lavouras do grão transgênico, com 2,2 milhões de hectares (43,9% da área), seguida pela região Sudeste, com 1,4 milhões de hectares ou 29,9% da área de lavouras de híbridos com biotecnologia.
De acordo com a Céleres, a novidade no caso do milho transgênico é a rápida adoção de variedades com tecnologias de genes combinados, ou stack genes, que são híbridos com resistência a insetos e tolerância a herbicidas, comercializadas esse ano. Os híbridos resistentes a insetos lideram e devem ocupar 4,9 milhões de hectares, mas as variedades com genes combinados, com previsão de ocupar 4,4 milhões de hectares em 2011/2012, já deverão ser maioria nas lavouras nos ciclos seguintes, tanto na safra inverno 2011/2012 quanto no total 2012/2013.
Novas normas para transgênicos
Em resolução publicada nesta segunda, dia 5, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) estabeleceu normas de monitoramento para serem aplicadas após a liberação comercial de organismos geneticamente modificados. O novo sistema modifica a norma atual e permite a definição de prazos diferenciados para o acompanhamento de produtos liberados comercialmente pela comissão.
De acordo com a secretaria executiva da CTNBio, a nova legislação permitirá que a comissão seja mais eficiente e específica para cada tipo de monitoramento dos organismos liberados. A norma vigente define cinco anos de monitoramento e, com a alteração, a comissão passará a regular o tempo e a decidir sobre a forma de monitorar.