Áreas com alto potencial produtivo estão em desuso na reserva indígena Raposa Serra do Sol

Depois de conflitos na região, terras que poderiam ser utilizadas para o cultivo de arroz viraram desérticasAs reservas indígenas de São Marcos, com 600 mil hectares, e a Raposa Serra do Sol, com 1,75 milhão de hectares (considerada uma das maiores terras indígenas do país, com tamanho próximo ao de Israel), apresentam áreas com alto potencial produtivo, mas viraram desérticas. A imensidão territorial hoje é habitada por cerca de 12 mil índios, que estão espalhados em pequenas aldeias.

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Fazendas abandonadas ainda possuem canais de irrigação e a estrutura que puxava água do rio Surumu, uma canalização que levou anos para ser concluída. Esta região é reconhecida pela facilidade em utilizar água para a irrigação do arroz. Nas sedes, tudo foi ao chão. A área, que poderia ser usada para atividades agropecuárias, não tem a presença de índios nem de produtores.

Com o fim da manutenção feita pelos produtores, a estrutura das pontes e estradas também é precária. Situação que deve piorar em julho, mês que registra os maiores volumes de chuva.

Nesta época do ano, uma grande área estaria verde devido à rizicultura. Era possível fazer três colheitas de arroz por ano. Depois de grandes conflito na Raposa Serra do Sol, em 2008, a área ficou vazia. Na briga, um grupo de índios defendia o emprego junto aos produtores rurais e outro queria a demarcação contínua de toda a reserva.

A criação da Raposa Serra do Sol gerou consequências para a economia de Roraima. Os índios do local reclamam da falta de suporte governamental para que iniciem atividades rentáveis como agricultura e pecuária nas terras em desuso.