Segundo fontes do setor privado brasileiro, o Instituto Nacional de Alimentos (Inal) da Argentina interrompeu – sem explicar os motivos – a concessão dos certificados sanitários necessários para que os produtos circulem no país. O Inal é o equivalente à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Brasil.
Nos últimos dias, um outro órgão do governo argentino, a Administração Federal de Ingressos Públicos (Afip), começou a notificar os importadores de que seus produtos estavam em situação irregular. A Afip informou que, dentro de 30 dias, os produtos devem ser devolvidos ao Brasil, ou será cobrada uma multa equivalente a até cinco vezes o valor da mercadoria.
Não é a primeira vez que os produtos alimentícios brasileiros enfrentam dificuldades na Argentina. No ano passado, a entrada dessas mercadorias foi barrada na fronteira, provocando filas de caminhões e prejuízos, como o vencimento da validade dos produtos e altos gastos com refrigeração. Agora, para evitar a mídia negativa, os argentinos adotaram outro expediente.
O setor privado já procurou o governo brasileiro. A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) enviou uma carta ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior pedindo medidas para liberar a circulação dos produtos.
? Do ponto de vista da Fiesp, o limite de tolerância já superou o suportável. Achamos que a única forma de resolver é com retaliação. E é isso que vamos propor ? disse Roberto Giannetti da Fonseca, diretor do Departamento de Comércio Exterior (Decex) da Fiesp.