De acordo com a presidente Cristina Kirchner, que fez o anúncio ao reinaugurar a fábrica do complexo tecnológico de Pilcaniyeu, o programa nuclear argentino assume a condição de política de Estado.
O complexo tecnológico de Pilcaniyeu, localizado na Província (Estado) de Rio Negro, é administrado pela Comissão de Energia Atômica da Argentina e estava desativado desde 1990, quando o país optou pelo petróleo e gás como fontes de energia. Na época, esses eram produtos mais baratos e abundantes do que a energia nuclear. Agora, Cristina Kirchner reconheceu que a energia alternativa produzida pelo urânio não deveria ter sido desprezada.
Ao anunciar a reabertura da fábrica de Pilcaniyeu, a presidente convocou a população para apoiar o compromisso do governo de desenvolver seu programa nuclear pacífico como um direito da Argentina ao avanço tecnológico.
? Estamos devolvendo ao país um direito do qual nunca deveríamos ter renunciado porque isso significou deixar de lado um recurso estratégico. Vamos recuperar uma década perdida.
O Brasil tem programa nuclear em conjunto com a Argentina desde 1980, quando os dois países assinaram acordo de cooperação para o desenvolvimento e a aplicação de usos pacíficos desse tipo de energia. Somente 11 anos depois, em 1991, a parceria entrou em nova fase com a criação da Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares. No mesmo ano, os dois países firmaram acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), garantindo a utilização pacífica de seu programa nuclear conjunto.