O restante vai para as indústrias, cujos contratos preveem cortes no fornecimento. Este tipo de contrato permite um preço mais barato pelo combustível, mas não dá garantias de fornecimento ininterrupto. Por isso, as empresas possuem alternativas de combustível para usar durante o inverno, quando a prioridade do fornecimento do gás é para residências e para os contratos “firmes”.
Dados da companhia MontevideoGas, controlada pela Petrobras, mostram que em maio a demanda de gás no Uruguai aumentou 34,5%, na comparação com igual mês de 2010. Nos primeiros 20 dias de junho, a demanda cresceu 22,4%
Em dias de temperaturas mais baixas, o consumo das residências aumenta porque a maioria dos sistemas de aquecimento funciona com gás. O mesmo ocorre na Argentina, assim como o mecanismo de corte de gás para a indústria para garantir o abastecimento domiciliar.
Desde 2005, quando a crise energética bateu à porta da Argentina, as indústrias sofrem com os cortes durante o inverno. A União Industrial Argentina (UIA) informou, na semana passada, que a interrupção do fornecimento de gás já começou no interior argentino, em províncias como Córdoba, onde centenas de indústrias importantes estão instaladas.
A preocupação é dos dois lados do Rio da Prata porque, ao déficit energético argentino, somou-se um novo problema nos últimos 40 dias. Uma greve de professores na principal província produtora de petróleo e gás, Santa Cruz, bloqueou refinarias e provocou retração na produção de petróleo e gás.