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– O ministro nos informou que a liberação começará a partir do fim do ano e com isso entendemos que pode acontecer nos primeiros 10 dias de janeiro, quando a colheita estará praticamente concluída – disse o presidente da Associação Argentina de Trigo (Argentrigo), Matias Ferreccio.
Segundo Ferreccio, é natural que o governo queira reservar o volume do consumo interno antes de permitir a exportação para não provocar desabastecimento. O subsecretário de Agricultura do Ministério de Agricultura da Argentina, Oscar Solis, confirmou a estratégia.
– Depois da experiência deste ano, e a baixa oferta atual, é preciso ver qual será o volume final da colheita e a qualidade do grão para saber exatamente o saldo disponível para exportar – disse.
Embora não seja o responsável pela parte comercial no governo, nas mãos do secretário de Comércio, Augusto Costa, Solis argumentou que o país precisa assegurar um volume mínimo de 6,5 milhões de toneladas de trigo de boa qualidade para o consumo interno.
Ele afirmou que é importante primeiro ver o resultado da colheita. “Antes disso, não podemos saber qual é o saldo para exportar”, completou. As estimativas oficiais apontavam para uma produção de 8,5 milhões de toneladas. Na quarta-feira o governo revisou a projeção para cima: 9 milhões de toneladas, o que resultaria em saldo exportável de 2,5 milhões de toneladas.
No campo, as notícias são positivas. Os rendimentos observados nas regiões sul, sudeste e centro de Buenos Aires, responsáveis por 60% do trigo total produzido pelo país, são maiores aos esperados.
– Estamos só com 30% de área colhida, mas o que vimos até agora é que os rendimentos estão muito bons, com trigo de muito boa qualidade e poderíamos estar chegando aos 10,3 milhões/t, como prevê a Bolsa de Cereais de Buenos Aires – disse Ferreccio.
Neste caso, a Argentina poderia exportar umas 3,5 milhões toneladas ao Brasil e guardar cerca de 300 mil toneladas para reforçar o estoque interno. No entanto, o Brasil não deve se animar muito com a perspectiva de um pequeno aumento no volume disponível para exportar. Além disso, o plantio da safra 2014 também é uma incógnita.
– O governo mantém medidas de controles, cotas de importação, elevados impostos internos, retenções (impostos às exportações), altos custos de inflação de quase 30%. Tudo isso faz com que o produtor esteja sufocado e sem condições de aumentar seus cultivos – disse o presidente da Federação Agrária, Eduardo Buzzi, que reúne pequenos e médios agricultores e pecuaristas.