O país é o terceiro maior exportador mundial de soja, atrás apenas de Estados Unidos e Brasil, e lidera a exportação de farelo e óleo de soja. Alguns analistas avaliam que a produção será superior a 55 milhões de toneladas neste ano-safra, um aumento de 73% em relação à safra anterior, que foi abatida pela seca. Além disso, seria 13% maior do que o antigo recorde.
Mas o vice-presidente da corretora Panagricola, Ricardo Baccarin, afirma que a incidência de chuvas ao longo da região dos Pampas, com possibilidade de precipitação maior do que a média no fim da temporada, formaria “um clima muito estressante” que pode afetar a produtividade. A colheita costuma evoluir até julho. Baccarin espera produção de 51 milhões de toneladas, ainda um novo recorde, mas significativamente abaixo de outras previsões.
O analista da Granar S.A., Adrian Seltzer, acredita que a safra de soja será maior, com 53,4 milhões de toneladas, “caso as doenças associadas à alta umidade não se espalhem muito no fim da temporada”. O analista Francisco Mariani, da empresa de serviços agrícolas Lartirigoyen, é ainda mais otimista, pois espera ver 55,3 milhões de toneladas. No entanto, ele também demonstrou preocupação a respeito de um eventual atraso na colheita provocado pelas chuvas. Mariani entende que a infraestrutura será muito forçada pela grande safra.
Ele acredita que o grande problema durante a colheita será a oferta limitada de colheitadeiras e caminhões, pois o clima pode causar bloqueios de estradas rurais e dificultaria o transporte.
? Existe potencial para uma safra enorme, mas ela ainda está em risco ? opinou.
Apesar das preocupações, até o momento tudo parece evoluir normalmente.
? A safra está em condições de muito boas a excelentes na grande maioria das lavouras. Dentro de um mês, a produtividade será determinada ? disse Mariani.
Enquanto isso, a safra de milho também está em boas condições, fortalecida pelas chuvas em importantes períodos de crescimento. A Argentina é o segundo maior exportador de milho.
De acordo com o Ministério de Agricultura, a produção total de milho neste ano poderá atingir de 19 a 21 milhões de toneladas. A maioria dos analistas prevê algo entre 19 e 20 milhões de toneladas. Isso representa um aumento significativo na comparação com as 12,6 milhões de toneladas do ciclo passado. As informações são da Dow Jones.