Argentina planeja três terminais para importação de gás natural

Plano faz parte do esforço da Argentina para aumentar a oferta do produto em um período de produção local fraca e demanda crescenteEmpresas estatais de energia da Argentina e da Venezuela planejam construir a infraestrutura necessária para a Argentina importar gás natural liquefeito (GNL) a partir de um terminal em 2011, informou nesta segunda, dia 7, o jornal argentino Clarín. Este é o terceiro terminal de GNL planejado pelo governo para ser construído em 2011.

A argentina Enasa e a venezuelana Petróleos de Venezuela SA (PDVSA) planejam construir um píer no porto de Punta Alta, na província de Buenos Aires, para que a Argentina possa descarregar o GNL de navios ancorados. O plano faz parte do esforço da Argentina para aumentar a oferta de gás natural em um período de produção local fraca e demanda crescente. Durante os meses mais frios do inverno, a Argentina raciona o fornecimento de gás natural para as empresas, de modo a garantir o fornecimento para consumidores residenciais.

A primeira fase do plano prevê investimentos de US$ 150 milhões para construir o píer e a infraestrutura necessária em Punta Alta e colocá-lo em operação em 2011.

Inicialmente, o plano implicaria que a regaseificação do GNL fosse feita através de um navio. A segunda etapa do plano prevê investimentos de US$ 700 milhões para construir uma unidade de gaseificação em terra, de acordo com o Clarín.

O projeto completo permitirá que a Argentina importe da Venezuela 20 milhões de metros cúbicos adicionais por dia de gás natural. A Argentina já importa cerca de oito milhões de metros cúbicos por dia de GNL através de um porto em Bahia Blanca, também na província de Buenos Aires. Enquanto isso, a empresa petroleira argentina YPF, controlada pela espanhola Repsol YPF, planeja construir uma segunda unidade de GNL ao norte de Buenos Aires. A unidade, cuja construção vai custar em torno de US$ 150 milhões, vai ser financiada igualmente pela YPF e pela Enarsa.

Embora o plano comece inicialmente usando um navio de regaseificação, as autoridades dizem que também estudam a construção de uma unidade em terra. O volume desse projeto seria similar ao de Bahia Blanca. Além disso, a Argentina está trabalhando com o Uruguai no projeto para construir conjuntamente um terminal de importação de GNL em território uruguaio. Segundo as informações divulgadas, os países iriam dividir o gás importado por essa unidade.

Custos
O custo do gás importado através de Bahia Blanca atualmente está entre US$ 6 e US$ 8 por milhão de BTU (British Thermal Units). Em muitos casos, isso é quase três vezes o que o governo permite que os produtores locais cobrem pelo gás natural extraído no país, já que a maioria dos preços é limitada pelo governo. Também é, em alguns casos, menos do que a Argentina paga para importar gás natural da vizinha Bolívia.

Desde o colapso da economia argentina, em 2001 e 2002, o governo tem mantido a maioria dos preços de energia e serviços públicos congelados, em parte por conta da crença de que as tarifas devem ser mantidas baixas para ajudar a estimular o crescimento em outras áreas da economia. Mas o controle dos preços tem diminuído os lucros de empresas de petróleo e gás natural e desencorajado investimentos em exploração e produção. As informações são da Dow Jones.