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Argentina prepara medidas para proteger indústria frente à crise

Maior associação empresarial do país pede que sejam aplicadas restrições à importação de produtosA Argentina confirmou nesta terça, dia 14, que prepara medidas "unilaterais" para proteger a indústria nacional da "invasão" de produtos estrangeiros e as quais prevê pactuar com Brasil, Paraguai e Uruguai, os outros membros do Mercosul.

? Preparamos uma série de medidas unilaterais, como é o reforço das licenças automáticas e não automáticas de importação ? disse o secretário de Indústria argentino, Fernando Fraguío.

Estas medidas visam “controlar os valores das mercadorias que estão sendo importadas”, acrescentou, ao discursar em seminário organizado pela maior patronal do país, que pede proteção para prever os efeitos da crise financeira internacional.

A implantação de licenças “não automáticas” de importação foi o motivo de um conflito com o Brasil em meados de 2004, quando esse mecanismo alfandegário impediu a entrada de eletrodomésticos brasileiros no mercado argentino. Fraguío afirmou, no entanto, que a Argentina vai trabalhar em conjunto com o Mercosul para analisar o fluxo de importações tanto de dentro como de fora do bloco para aplicar medidas de proteção, que serão “emolduradas nas regras de jogo da Organização Mundial do Comércio.

? A idéia não é outra além de utilizar todas as ferramentas que temos para proteger nossa indústria, nosso mercado e o trabalho dos argentinos ? ressaltou.

Fraguío acrescentou que a Argentina tem uma série de produtos ? como os têxteis, calçados e brinquedos ? sujeitos a licenças não automáticas, que implicam em controles adequados de preço e volume, e disse que é possível que a experiência destes tempos leve à inclusão de mais produtos dentro do regime.

Até agora, as restrições alfandegárias da Argentina afetaram principalmente os produtos chineses e de outros países asiáticos, que lideram a lista de denúncias de empresas locais por dumping (concorrência desleal).

A União Industrial Argentina, a maior associação empresarial do país, pede que o preço do dólar seja mantido alto e que sejam aplicadas restrições à importação de produtos, principalmente a partir da China, mas também do Brasil.

Os empresários argentinos temem que uma recessão econômica nos países desenvolvidos provoque um “desvio do comércio” da China em direção a esta região. Além disso, presumem que uma queda do crescimento econômico do Brasil vá acentuar suas exportações rumo à Argentina em um momento em que se calcula que o comércio bilateral alcance, este ano, o recorde de US$ 30 bilhões com um forte déficit para os argentinos.

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