Mesmo sem a confirmação oficial do Escritório de Controle Comercial Agropecuário, frigoríficos argentinos e produtores rurais informaram que desde o último sábado a medida está em vigor. Em nota divulgada no site da Federação Agrária Argentina, informações oficiais dariam conta de que o governo estaria tirando carne de contêineres que já estavam prontos para sair do país.
Para o diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Otávio Cançado, a medida deve prejudicar empresas brasileiras instaladas no país. Ele avalia, no entanto, que esta pode ser uma oportunidade de entrada da carne brasileira naquele mercado.
? Aqui temos uma oferta superior e capacidade para fornecer para aquele mercado, e isto não está acontecendo ? ressalta.
Para o executivo da Abiec, os argentinos tomam medidas comerciais equivocadas, baseadas apenas em questões políticas.
? Restringir as exportações em função do aumento do preço interno da carne é um equívoco. Toda a economia baseada no capitalismo tem que ter como premissa básica o livre mercado e a livre concorrência. Se ele não tem capacidade de abastecimento interno, deve abrir o mercado e importar carne para poder suprir a demanda que não está sendo suprida ? observa Cançado.
A medida não vale para os lotes ligados à Cota Hilton para a União Europeia. Os argentinos podem exportar 28 mil toneladas de carne de alta qualidade para a Europa com tarifas abaixo do estipulado pelo bloco. O governo argentino indica a possibilidade de reabrir as exportações de cortes de alta qualidade caso haja um acordo para a redução de preços.