— Nos próximos dois meses, as exportações estão restritas a dois milhões de toneladas — disse à Agência Estado o presidente da Associação Argentina de Trigo (Argentrigo), Santiago Labourt.
Um novo balanço sobre o excedente de trigo que a Argentina terá para exportar será feito em março, após o governo receber as declarações da cadeia de trigo sobre o volume colhido na safra 2012/2013 e o que sobrou do ciclo 2011/2012.
— Ainda não sabemos quanto trigo estará disponível porque é preciso esperar essas declarações de fevereiro — disse Labourt.
Segundo ele, “ainda é cedo para projetar volumes, já que a colheita ainda não começou no sul da província de Buenos Aires”, região que responde pela metade do trigo produzido no país.
A safra argentina de trigo foi seriamente afetada pelo excesso de chuvas. O alto teor de umidade do solo atrasou a implantação das lavouras em algumas áreas e, depois, a umidade facilitou a proliferação de doenças. No início da safra 2012/2013 o Ministério de Agricultura havia anunciado exportações de trigo de até seis milhões de toneladas. Há cerca de duas semanas, porém, Guillermo Moreno disse aos exportadores que o governo havia baixado essa cota para 4,5 milhões de toneladas para garantir o abastecimento interno. Na ocasião, o secretário de Agricultura, Lorenzo Basso, disse à AE que ao final da colheita, somando o trigo remanescente, o país poderia chegar aos seis milhões de toneladas.
Moreno restringiu ainda mais as exportações depois do relatório da Bolsa de Cereais de Buenos Aires, divulgado na semana passada, que apontou colheita de trigo de 9,8 milhões de toneladas, abaixo da previsão inicial de 10,1 milhões de toneladas. O setor estima que da safra 2011/2012 há um remanescente de cerca de 1,5 milhão de toneladas. O consumo doméstico de trigo gira em torno de seis milhões de toneladas.