Um dos frigoríficos da região tem capacidade de abate de até 220 cabeças por dia. Dois meses atrás, chegou a abater 20% disso por causa da baixa oferta e do aumento no preço do boi gordo. Mas, segundo o proprietário Edimur Pedroso da Silva, a situação mudou nos últimos dias. Ele vinha pagando até R$ 113 por arroba, e hoje pagou R$ 100.
Em Tatuí, no interior de São Paulo, houve um período de estiagem superior a 90 dias. Esta pastagem, que estava seca, agora está verde por causa das chuvas que atingiram a região desde o fim de outubro. O gado volta a se alimentar bem.
Com mais animais prontos para o abate, a oferta aumentou pressionando o preço para baixo. O indicador do Cepea para o mercado físico à vista em São Paulo estava acima dos R$ 111 por arroba no último dia 23. Nessa terça, dia 30, fechou a R$ 104, queda de quase 7%. Silva, que já pagou menos que isso, espera cotações ainda menores. Mas o analista de mercado Flávio Abdo diz que não há espaço para o boi gordo ficar ainda mais barato:
? O preço do boi gordo vai trabalhar com pequena queda em dezembro. Nada de excepcional, o volume de abate ainda está bem reduzido não só no Brasil como no mundo. E eu acho que a demanda por esta carne ainda vai ser bem constante neste final de ano. Aqui em São Paulo temos o preço referência entre R$ 100 a R$105.
O especialista Cesar de Castro Alves considera o ajuste até natural, já que o aumento foi expressivo nos últimos meses, e avalia que o comportamento do consumidor pode ter mais força do que a recuperação da oferta de boi gordo:
? Aparentemente, ocorreu a acomodação, o que significa que o consumidor deve ter puxado o freio das compras porque subiu muito. As outras carnes também foram puxadas por este movimento. Então, basicamente é uma volta dos preços do atacado que está implicando em queda no preço do boi gordo.
Arroba do boi ainda mais barata, como espera o dono do frigorífico, só no início do ano que vem, dizem os analistas. Até lá, a demanda deve cair e a oferta aumentar nas principais.