Juntos, os dois produtos responderam por quase 20% do IPCA de outubro, que chegou a 0,59%. Segundo a coordenadora de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eulina dos Santos, a alta do preço dos alimentos se acentuou no segundo semestre deste ano, influenciada pela baixa oferta no mercado.
– A oferta diminuiu como resultado de problemas climáticos, não só no Brasil, como nos Estados Unidos, grande produtor de grãos, que têm tido as lavouras afetadas pela seca. Além disso, aqui no Brasil, algumas lavouras como o arroz, que não remunerou bem os produtores no ano passado, tiveram sua área plantada reduzida neste ano. Ou seja, a oferta diminuiu – disse.
Segundo ela, a queda na oferta de grãos e o consequente aumento de preços também têm impacto na inflação das carnes, já que produtos como o milho e a soja são usados como ração animal.
– Com a ração subindo, o custo dos produtores fica mais alto e isso ocasiona repasse ao consumidor – disse Eulina.
Entre as capitais pesquisadas pelo IBGE, Belém apresentou a maior inflação em outubro: 1,02%, taxa influenciada principalmente pelos alimentos, que tiveram alta de 3,05% na capital paraense. Já Curitiba teve a menor taxa, 0,39%.
A taxa de 4,38% acumulada de janeiro a outubro, no país, já está bem próxima ao centro da meta de inflação do governo, 4,5% ao ano (que pode variar 2 pontos percentuais para cima ou para baixo).