São 3,8 mil hectares de arroz orgânico espalhados pelos assentamentos do MST em onze municípios gaúchos. O modelo, que privilegia o cultivo sem agrotóxicos começou em 1999, conquistando a preferência de agricultores como Nilvo Bosa. Ele afirma que no início eles plantavam o convencional, mas que tinham muitos problemas de saúde no assentamento.
Neste assentamento, são 30 famílias que se dividem no manejo de vinte hectares. No cultivo orgânico, a produtividade é menor do que no sistema convencional, mas, segundo ele, o preço é 30% maior e compensa. O dinheiro obtido com a comercialização é repartido igualmente entre os trabalhadores.
A expectativa é de uma safra de 340 mil sacas, nos 16 assentamentos do MST que cultivam arroz orgânico no Estado. Das lavouras, o produto vai direto para o beneficiamento em Nova Santa Rita (RS), a 19 quilômetros de Porto Alegre.
O arroz sai da cooperativa de Nova Santa Rita com o selo de produto ecológico. Cerca de 30% é comercializado para prefeituras do RS e de outros Estados, para a merenda escolar. O restante é comprado pelo governo federal para compor a cesta básica da Conab.
Segundo Julcemir Fernando Marco, integrante do grupo gestor da Cooperativa de Trabalhadores Assentados do Rio Grande do Sul, o objetivo é aumentar a produção e continuar investindo para ampliar o beneficiamento.
Uma pequena parte abastece feiras e lojas de produtos ecológicos do MST em Porto Alegre. E também por aqui, o arroz orgânico já conquistou adeptos como a aposentada Elda Dalmolin, que diz comprar sempre porque é saudável e porque sentiu diferença na qualidade de vida.