O clima de festa durante a 30ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz, em Capão do Leão (RS), deve-se ao bom ano para os rizicultores, mesmo com redução na área plantada. O preço do grão está acima R$ 50 e a perspectiva é de exportar mais do que em 2019, por causa da conquista de novos mercados e da ampliação de vendas para o México, Guatemala e Costa Rica.
O lançamento do edital para reforma do terminal de arroz da Companhia Estadual de Silos e Armazéns, no porto de Rio Grande, também animou os arrozeiros. A medida proporcionará mais competitividade aos agricultores que visam o mercado internacional.
“É uma demanda histórica dos produtores e da Federarroz [Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul]: redução de custo e maior qualidade de armazenagem. Além disso, todo o trabalho de redução de burocracia e de melhorias na logística em outras frentes, para que possamos fazer o estado competir melhor”, declarou o governador Eduardo Leite.
A expectativa é de que o terminal possa ser usado já nesta safra, para aproveitar o bom momento da commodity, segundo o presidente da Federarroz, Alexandre Velho. “Creio que nos próximos três ou quatro meses esteja acontecendo a modernização, e a empresa que vencer a licitação poderá investir”, comentou.
Ciência e tecnologia
Na área técnica, o Instituto Rio-Grandense do Arroz (Irga) amplia o olhar para além do cereal. “Estamos olhando com muita atenção para a rotação com soja e com pastagem, a integração lavoura-pecuária, e para o controle de plantas daninhas. Isso tudo melhora a saúde do sistema, e é o que buscamos: sustentabilidade com rentabilidade”, disse o presidente da entidade, Guinter Frantz.
Os trabalhos de campo dos rizicultores ganha reforço. Quem visitou o evento de abertura da colheita acompanhou o lançamento mundial do primeiro arroz híbrido com tecnologia Clearfield, da Basf, que controle o arroz vermelho e promete mais produtividade e qualidade de grão. “Em testes, produz até 25% mais do que outras variedades estão entregando”, afirmou o gerente de Sementes de Arroz e Trigo da companhia, José Mauro Guma.
Apesar dos lançamentos da iniciativa privada, a pesquisa pública mantém papel fundamental. “No cultivo do arroz, tanto a empresa federal [Embrapa] quanto a estadual [Irga] somam”, reafirmou o pesquisador Ariano de Magalhães, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).