Produtores de cidades como Sorriso, Juína e Novo Mundo enfrentaram grandes distâncias e dificuldades para se reunirem.
? Para vocês terem uma idéia, nós demoramos 15 horas para fazer um trajeto de 200 quilômetros, enfrentando atoleiro para não deixar de fazer parte deste momento ? conta o presidente do sindicato rural de Aripuanã, Aparecido Piola.
Cada um tem uma história diferente para contar. Eles se dedicam à pecuária ou à agricultura, plantam áreas e culturas distintas. O que os une na caravana é o desejo, e, mais do que isso, a necessidade de encontrar uma definição imediata quantos às exigências ambientais. Sem isso, muitos consideram difícil permanecer na atividade.
? O produtor rural está sensibilizado. Nós precisamos urgentemente que vote o Código e é pra isso que estamos indo a Brasília, para que o presidente da Câmara coloque na pauta e faça com que haja esta votação ? diz Rui Prado, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato).
? Certamente o Congresso não ficará indiferente a uma mobilização de mais de 20 mil produtores em Brasília. O Congresso age sob pressão e essa é a pressão legítima de quem nós representamos. Nós vivemos uma democracia representativa. No momento em que os representados vão à Brasília pedir algo, certamente não ficará indiferente ? diz o deputado federal Homero Pereira (PR-MT).
Só em Cuiabá, ponto de encontro de parte da caravana, mais de mil pessoas se reuniram e movimentaram os estacionamentos da Famato e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). Os produtores trouxeram faixas com mensagens ao poder público e à sociedade.
? Sim ao código, à reforma do Código e não à perseguição ? clama o produtor rural José Antônio Rodrigues.
Alguns produtores afirmam sofrer perseguição e não querem mais ter que enfrentar.
? Sou aqui de 1976, quando o Código era 20% de reserva florestal. Hoje querem 80%. Quem tem 10 alqueires sobram 02, não tem condições de sobreviver assim ? explica o pecuarista Sebastião Cassia de Almeida.
O protesto em Brasília é visto como a última esperança para muitos.
? A gente é muito prejudicado, não tem como viver. Nós estamos muito prejudicados. A chance é agora ? comenta o pecuarista Ormar Luiz dos Santos.