? É um número muito próximo a isso e é um excelente resultado ? disse Ricardo Viegas, gerente do projeto Etanol Verde, da Secretaria Estadual do Meio Ambiente.
Os números finais devem ser divulgados até março, quando oficialmente a safra será encerrada.
No ciclo 2009/2010, 55,8% da cana paulista foi colhida crua por máquinas, o que correspondeu a 2,42 milhões de hectares, dos 4,34 milhões plantados no Estado. Na safra 2010/2011, a colheita de cana deve beirar os cinco milhões de hectares, pois a estiagem favoreceu o avanço do trabalho de campo e praticamente não houve a chamada cana bisada, aquela que é deixada no campo para a outra safra. Se os números forem concretizados, a área com cana crua colhida em São Paulo deve ficar em torno de três milhões de hectares.
O protocolo agroambiental assinado entre usinas, produtores e o governo paulista em 2006 prevê que toda a cana seja colhida crua e que não haja mais queima da palha no Estado em 2014, para as áreas mecanizáveis, e em 2017 para as lavouras onde é impossível a colheita com máquinas. Na primeira safra, a 2006/2007, apenas 34,2% da área colhida foi por meio de máquinas. Na safra seguinte, avançou para 46,6%, e para 49,1% em 2008/2009.
O governo e o setor estimam a necessidade de uma frota de cinco mil colhedeiras de cana em São Paulo para que toda a área seja colhida sem a queima. Atualmente, a frota estaria em torno de três mil veículos. Segundo Viegas, a maior preocupação é com o aumento da participação de pequenos e médios produtores na fatia da frota, ainda em torno de 10%. Como as máquinas têm custos milionários, a maioria dos proprietários é de usinas e grandes produtores.
? O primeiro gargalo para ampliar esse porcentual era a organização dos produtores, e isso já foi resolvido. A expectativa é que essa organização vá para o campo, e já existem experiências positivas, como a formação de consórcios de fornecedores para a colheita mecânica ? afirmou Viegas.
O avanço da mecanização ampliou as queimadas acidentais de áreas já colhidas em São Paulo na safra passada. Foram registrados vários casos de queima da palha que ficou na lavoura após a colheita durante os meses de forte estiagem. Diante disso, o governo paulista e o setor sucroalcooleiro negociam um plano de prevenção às queimadas acidentais e criminosas para o próximo ciclo.
A intenção é formar brigadas de incêndios nas lavouras para evitar acidentes. A campanha deve ainda incentivar produtores de cana, açúcar e álcool a formarem equipes permanentes para a prevenção desses incêndios. Serão feitas também campanhas para conscientizar a população sobre os riscos.