A área plantada com arroz no Brasil despencou 55% nos últimos 20 anos, passando de 3,677 milhões de hectares para 1,650 milhão de hectares, de acordo com a Cogo – Inteligência em Agronegócio. A produção também recuou, mas menos: cerca de 7%, de 11,423 milhões de toneladas para 10,583 milhões de toneladas,
“Isso decorre do fato de que as maiores retrações de área plantada ocorreram nas regiões que cultivam arroz de terras altas (sequeiro), com queda menos acentuada nas áreas irrigadas, que têm produtividades médias maiores. É o caso do Rio Grande do Sul, cuja área plantada praticamente não sofreu alteração”, diz a consultoria.
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Há 20 anos, o Rio Grande do Sul cultivava uma área de 942 mil hectares. Essa área cresceu até a temporada de 2010/2011, quando atingiu 1,171 milhão de hectares, mas depois seguiu o mesmo movimento do país, com quedas praticamente contínuas, chegando aos 940 mil hectares este ano.
A produção gaúcha sofreu queda expressiva: de 8,9 milhões de toneladas em 2010/2011 para 7,4 milhões de toneladas atualmente, recuo de 17%. “Essa queda acentuada da área é reflexo de fatores combinados e simultâneos: a expressiva queda de consumo per capita de arroz, o alto endividamento do setor produtivo, a predominância de áreas arrendadas no processo produtivo e o encolhimento ou até o desaparecimento das margens de rentabilidade da cultura”, aponta.
Pelo menos 60% dos produtores da metade sul do RS são arrendatários das terras, em que plantam, a custos muito elevados, que praticamente inviabilizam financeiramente o processo produtivo, por mais tecnificada que seja a lavoura.
Tendência
Ainda há espaços para a queda da área cultivada de arroz no Brasil, especialmente nas regiões produtoras de terras altas, segundo a consultoria Cogo. A tendência é de predomínio absoluto das áreas irrigadas com alta tecnologia e elevadas produtividades na cadeia produtiva.
“As projeções da nossa consultoria apontam para uma área total plantada no Brasil de 1,2 milhão de hectares até o final desta década, com 85% desta superfície ocupada com cultivo irrigado de arroz”, indica.
O desafio será permanecer na cadeia produtiva até que se encontre um equilíbrio entre oferta e demanda no mercado interno, o que já poderá estar ocorrendo a partir dos desdobramentos da pandemia da Covid-19.