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RS: área plantada será 5% menor em 2016/2017

Percepção se baseia no fato de que muitos produtores ainda não se recuperaram da quebra de produção na última safra, quando 16% foi perdido

Fonte: Divulgação/Irga

O presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Henrique Dornelles, afirmou nesta segunda, dia 29, que a percepção inicial da entidade é de que a área plantada com arroz no ciclo 2016/2017 deve ser 5% menor do que na temporada anterior, quando foram semeados cerca de 1,06 milhão de hectares. 

“Acredito que chegaremos no máximo a 1 milhão ou pouco mais do que isso”, disse Dornelles na 39ª Expointer, realizada em Esteio (RS).

Segundo Dornelles, esta percepção se baseia no fato de que muitos produtores ainda não se recuperaram da quebra de produção na última safra, quando 16% da safra estadual de arroz foi perdida. “Estamos vendo que vários produtores encontram dificuldade de crédito. Sabemos que há uma restrição geral no Brasil, mas o setor arrozeiro está sentindo mais isso em função do problema que tivemos no ano passado”, falou.

Dívidas

O governo federal autorizou a renegociação das dívidas de custeio dos arrozeiros gaúchos nas regiões onde foi decretada situação de emergência ou estado de calamidade pública em função do clima. Na teoria, de acordo com a resolução, os bancos deveriam negociar a prorrogação dos passivos por até cinco anos. Na prática, segundo Dornelles, a elevada burocracia está emperrando o processo.

A situação fez Dornelles aproveitar a passagem do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, pela Expointer, no fim de semana, para pedir que ele interceda junto ao Banco do Brasil e à Caixa Econômica Federal, maiores financiadores. 

“As renegociações não estão acontecendo de forma satisfatória. Estivemos reunidos com o ministro e ele nos prometeu que tratará com muito carinho a questão”, disse. “Ele me garantiu que ia atuar junto às instituições financeiras no sentido de diminuir esta burocracia.”

preocupação da Federarroz é que os produtores demorem para conseguir a renegociação e, ficando inadimplentes, não tenham condições de tomar mais dinheiro emprestado para custear a próxima safra. “Sem ele resolver o passivo não toma o novo crédito”, explicou, acrescentando que, em função da quebra de safra, o produtor está menos capitalizado.

Boa notícia

A boa notícia, conforme Dornelles, é que o clima, este ano, deverá favorecer a cultura do arroz. Se a previsão de ocorrência do La Niña se confirmar, a incidência de chuvas será menor, o que no caso do arroz é bom, porque evita o risco de umidade em excesso. “Nossa cultura é irrigada, então temos a garantia de que água não faltará e será adequada”, disse.

Além disso, este é o segundo ano em que será usada uma cultivar desenvolvida pelo Instituto Rio-grandense de Arroz (Irga) que, segundo Dornelles, garante “uma robustez” para enfrentar intempéries climáticas. “Isso dará segurança ao produtor e, aliada ao clima, mais produtividade”, explicou.

A expectativa da Federarroz é de que a produção do ciclo 2016/2017 passe de 8 milhões de toneladas. Na temporada passada, com a quebra, foram 7,3 milhões. Nesta terça, dia 30, o Irga deve divulgar um estudo oficial sobre as perspectivas para o plantio neste ano.

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