O Brasil tem cerca de 16 mil armazéns, com uma capacidade total de 125 milhões de toneladas. A partir de janeiro será obrigatório que os estabelecimentos tenham certificado do Inmetro. As estruturas deverão ser mais modernas e conter, por exemplo, equipamentos de aeração para controlar a umidade dos grãos. Já os funcionários precisão passar por cursos de capacitação. O objetivo é reduzir as perdas, que podem chegar a 15% entre a colheita, o transporte e a armazenagem.
? Precisamos melhorar a qualidade dos produtos. Uma perda na armazenagem é prejuízo também para o produtor rural ? diz Rosemeire dos Santos, assessora técnica da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
A lei que criou o sistema de certificação de unidades armazenadoras já tem oito anos, mas apenas no final de 2007 é que foi publicada uma instrução normativa que regulamentasse o texto. Por isso, a CNA afirma que o prazo de adaptação dos armazenadores à nova regra é muito curto.
? Não se criou uma linha de crédito, não se gerou condições para que essas empresas e armazenadores façam esses investimentos e consigam atender a norma a prazo. Esbarra-se também na questão da capacitação, pois não é possível capacitar todos os funcionários conforme a lei dentro do tempo ? afirma Rosemeire.
A Organização das Cooperativas do Brasil (OCB) já formalizou um pedido de prorrogação do prazo a ser encaminhado à Companhia Nacional de Abastecimento. A Conab avisa que o cumprimento de requisitos que exijam um grande investimento poderá ter tolerância maior de tempo, mas que é preciso se adequar às novas regras o quanto antes para evitar que o armazém seja descadastrado.
? O estabelecimento sai do cadastro e o mercado é comunicado que aquele armazém não tem as condições mínimas para receber a safra ? explica o diretor de Gestão de Estoques da Conab, Rogério Colombine.