O Brasil já negociou a importação de 225 mil toneladas de arroz com tarifa zero, mais de 56% da cota de 400 mil toneladas aprovada pelo Comitê-Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex) até o fim de 2020. Vindo dos Estados Unidos, Índia e Guiana, o cereal deve chegar ao país na segunda quinzena de outubro e em novembro.
O governo federal tomou a decisão de zerar a Tarifa Externa Comum (TEC) sobre a importação de arroz de fora do Mercosul, como medida para conter a alta nos preços do produto no mercado interno.
”O aumento no consumo interno provocado pelo crescimento da alimentação em domicílio por efeito da pandemia da Covid-19 resultou na elevação de preços de alimentos básicos, como arroz e feijão”, analisa Sílvio Farnese, diretor de Comercialização e Abastecimento do ministério. Segundo ele, o incremento da demanda mundial de alimentos com a preocupação da segurança alimentar criou no país um cenário propício ao aumento das exportações de arroz em ritmo recorde em relação aos anos anteriores.
Farnese explica que a pressão do comportamento cambial com a desvalorização do real e o aumento nas cotações externas acentuaram ainda mais a pressão exportadora, reduzindo a competitividade da importação. “Com isso, o equilíbrio entre a oferta e demanda interna ficou bastante ajustado criando um comportamento favorável à elevação nas cotações internas de forma recorde”, diz.
A produção brasileira de arroz na safra 2019/2020, estimada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em 11,2 milhões de toneladas, atende ao consumo estimado em 10,8 milhões de toneladas. Para 2021, é esperado um crescimento na produção de arroz de 7,2% em relação à safra anterior.