Agricultura

Arroz e feijão: inclusão de outros alimentos na dieta do brasileiro preocupa

Enquanto elevado tempo de preparo do feijão dificulta consumo, pães, bolachas, massas e farinhas são novas opções de substituição do arroz, diz pesquisa

arroz e feijão

Embora a combinação arroz e feijão continue presente na dieta dos brasileiros, há uma tendência de que a população passe a incorporar cada vez mais outros alimentos em suas refeições, revela o Outlook Fiesp 2029, da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Segundo o levantamento, o feijão é cultivado em todos os estados do Brasil e o tipo carioquinha continua sendo o mais consumido em todo o país. Atualmente, a região Sul é líder na produção do grão, seguida pela Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e Norte. No entanto, o elevado tempo de preparo do feijão convencional dificulta seu uso pelos brasileiros, que tem buscado maior praticidade e conveniência.

O arroz, por sua vez, não é mais unanimidade entre os consumidores. Pães, bolachas, massas e farinhas como a de mandioca são opções de carboidratos que vêm ganhando a preferência dos brasileiros.

Exportação

Entretanto, as projeções não são completamente negativas. Apesar do desafio dos produtores em abrir novos mercados para o arroz, por meio do desenvolvimento de produtos mais elaborados, e do estabelecimento de
negociações com países consumidores potenciais do produto, o número de toneladas líquidas exportadas pode chegar a 537 mil toneladas em 2028/2029, o que significa um crescimento de 66% em relação a 2018/2019. A informação é um alento para o setor, já que o consumo doméstico deve sofrer um aumento de apenas 6% e o consumo per capita, um crescimento de menos de 1%.

Os produtores de feijão, por outro lado, devem enfrentar mais dificuldades pelo caminho. Além de crescimento de apenas 6% na demanda doméstica e estabilidade do consumo per capita, o número de toneladas líquidas exportadas
deve permanecer nulo.

Ainda que a produção prevista para 2028/2029 seja de 3,2 milhões de toneladas – o que representa um crescimento de 7% em relação à safra de 2018/2019 – o desafio de incentivar a demanda do produto por meio do desenvolvimento de novas formas de consumo deve ser mantido.