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Arroz

Irrigação do arroz por aspersão reduz em 40% uso de água, diz Embrapa

De acordo com pesquisas da entidade, o método também garante redução dos custos das lavouras de até 20%, superando R$ 1.000 anuais por hectare

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O sistema diminui por quase metade o consumo de combustíveis dos maquinários, o desgaste dos equipamentos e a demanda de eletricidade usada na irrigação. Foto: Federarroz/divulgação

O cultivo de arroz com irrigação por aspersão representa economia de 40% de água comparado ao sistema por inundação, segundo a Embrapa Clima Temperado, de Pelotas (RS).  O método também garante redução dos custos das lavouras de até 20%, chegando a mais de R$ 1.000 anuais por hectare, mesmo quando se considera uma pequena redução na produtividade em relação ao sistema inundado.

Segundo o pesquisador Germani Concenço, esse método é indicado para áreas com declive, de coxilha, com escassez de água e proporciona vantagens técnicas para produção de sementes de arroz. Mas, para dar certo, um dos requisitos é que o produtor realize plantio direto e faça rotação do arroz com outras culturas. “No máximo por dois anos, depois perde produtividade”, afirma.

A necessidade de rotação, no entanto, é vista como uma vantagem, já que permite maior flexibilidade ao produtor. “Quando se fala de sistema de produção, a gente não fala só de arroz, mas de um sistema diversificado. Carne, soja, milho, culturas de inverno e qualquer outro sistema de produção que se queira. O produtor arrozeiro passa a ser um agricultor de lavoura diversificada”, completa.

Redução de custos e agregação de renda

De acordo com Concenço, um dos principais entraves para produção de arroz atualmente são os custos de produção, que têm superado os ganhos em produtividade. Mas, a irrigação por meio de pivôs melhora essa realidade, resultando em maior lucro líquido.

O sistema diminui por quase metade o consumo de combustíveis dos maquinários, o desgaste dos equipamentos e a demanda de eletricidade usada na irrigação. O gasto em mão de obra também é menor, porque o pivô pode ser usado para executar parte das operações de fertilização e aplicação de agroquímicos. E a eficiência do uso de nitrogênio, por exemplo, pode ser maior quando aplicada de forma parcelada por meio de fertirrigação.

E, apesar do aumento em torno de 20% a 30% no uso de fertilizantes, já que as lâminas de água nos sistemas inundados tornam os nutrientes mais disponíveis, essa adubação acaba beneficiando todo o sistema e as culturas inseridas na área posteriormente.

O método ainda permite criar um mercado premium para o produto gerado, dada a redução de extração de água do ambiente, da emissão de metano pela cultura, e da presença de arsênio nos grãos – elemento com toxidade à saúde humana. “Principalmente em mercados exigentes como o europeu”, conclui.

Palestra na abertura oficial da safra

O assunto foi abordado em palestra no estande da Embrapa, nesta quinta-feira, 13, durante a 30ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz, no município de Capão do Leão (RS). Na oportunidade, Concenço abordou as diferenças entre os sistemas irrigados e por aspersão, considerando todo o ciclo da cultura. No caso do uso dos pivôs, a irrigação é feita para repor apenas o que é perdido para o ambiente por evotranspiração, já que as perdas por percolação e escoamento superficial tendem a ser menores no cultivo sob aspersão.

O manejo da irrigação do arroz, no entanto, tem algumas particularidades – a água deve ser aplicada mais frequentemente e em menores quantidades por operação. E a área permanece seca, facilitando o manejo da lavoura em todas as fases da produção. “Você planta, cultiva e colhe tudo no seco”, finaliza Concenço.

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