Em função da demora, investimentos como o da Norobios no município de São Luiz Gonzaga, foram adiados. O zoneamento indica áreas preferenciais para o plantio, o que garante financiamento público para os projetos.
Segundo o diretor presidente da Noroesthe Bioenergética S/A ? Norobios, Cláudio Luis Morari, são necessários R$ 270 milhões para colocar em funcionamento a usina que irá produzir álcool e energia. Parte da cana a ser consumida já foi plantada em 300 hectares da região que engloba outros cinco municípios. Com isso, a entrada em operação da usina, que terá capacidade para processar 1,3 milhão de toneladas de cana ao ano e irá gerar 700 empregos diretos, passou de 2010 para 2011.
? A gente fica um pouco cético porque era para ser (anunciado o zoneamento) em junho, depois em julho e assim vai ? reclama Morari.
Até duas semanas atrás, o estudo do Ministério da Agricultura indicava 842 mil hectares aptos para a produção de cana em 241 municípios gaúchos, especialmente no litoral norte, Depressão Central e Alto Uruguai. Mas durante a fase de ajustes da proposta, na Casa Civil, essa área teria chegado a 3 milhões de hectares nas mesmas regiões, adiantou o deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS).
A partir da publicação do zoneamento, será preciso multiplicar mudas em volume suficiente, além de corrigir a acidez do solo. Atingir a produção de 800 mil hectares levaria pelo menos 10 anos, calcula o pesquisador Wilson Caetano, da Fepagro.
Hoje, somente uma usina de etanol está em atividade no Rio Grande do Sul, na qual a Cooperativa dos Produtores de Cana de Porto Xavier, produz 7 milhões de litros por safra. Segundo Caetano, para atender o consumo gaúcho de etanol e atingir a auto-suficiência será preciso plantar 550 mil hectares de cana-de-açúcar, o que significaria 1,7 bilhão de litros por ano.