2010 é um ano estratégico para a cafeicultura brasileira. De acordo com a Companhia Naconal de Abastecimento (Conab), o Brasil vai colher a maior safra dos últimos oito anos, 47 milhões de sacas. Ao mesmo tempo, a produção está caindo nos principais concorrentes, como Colômbia e América Central. Com isso, deve aumentar a procura pelo café do Brasil. E os produtores vão poder negociar a preços melhores, acima de R$ 300 a saca. Esta previsão é do diretor do Departamento de Café da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Luiz Hafers:
? Eu tenho até medo de um exagero nos preços. Há muito pouco café no mundo, pouquíssimo café no Brasil e, mesmo com uma safra grande este ano, a médio e curto prazo podemos imaginar que uma demanda maior de café.
No entanto, ele lembra que, para garantir bons preços, o governo tem alguns desafios.
? Nós precisaríamos de uma política de financiamento para que agente pudesse vender por opinião e não por precisão.
Estas medidas devem ser discutidas entre governo e lideranças do setor em reunião na próxima semana. O analista de mercado do café, Fernando Barros Jr., explica que o café brasileiro perdeu competitividade no Exterior por falta de políticas para o setor. Segundo ele, o produto é vendido no mercado internacional a preços abaixo do dos concorrentes há 13 anos. E o Brasil teria deixado de ganhar R$ 28 bilhões nesse período.
? O Brasil tem 50% do mercado mundial de café arábica e não consegue estabelecer um preço que dê uma renda boa para o produtor. Ocorre que não há política, não há gestão, não há planejamento para que o produtor tenha uma renda melhor.