Afinados, os líderes das legendas que sustentam o relatório do deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP) se reuniram nesta segunda, dia 9, para traçar a estratégia de resistência. No encontro, Aldo afirmou que não cederia às pressões do Planalto para retirar do texto a dispensa de reserva legal para propriedades de até quatro módulos e a garantia de áreas consolidadas.
Os aliados acertaram que se o governo fincar pés nos dois temas, o PMDB apresentará na hora da votação duas emendas contemplando as reivindicações do setor agropecuário. Com 160 parlamentares, a bancada ruralista aposta no peso e no simbolismo do principal sócio do governo para dobrar o Planalto.
? O governo não irá enfrentar a base e arcar com o custo de uma derrota ? aposta o deputado Valdir Colatto (PMDB-SC).
Após azeitar o discurso com os defensores de seu projeto, Aldo recebeu o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP). Na tentativa de demonstrar boa vontade, o petista apresentou pequenas concessões, como a disposição de liberar de reservas legais, além dos pequenos agricultores, todos os produtores cooperativados. E incluiu as plantações de arroz em várzeas na lista de culturas consolidadas. Aldo, contudo, enfatizou que a oferta governista não era suficiente.
Preocupado com o impacto político de uma derrota, o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, convocou no início da noite Vacarezza e o ministro das Relações Institucionais, Luiz Sérgio, para costurar uma contraproposta. Sem obter o resultado desejado, deve insistir, hoje, numa articulação em busca de um acordo.