Na ocasião, especialistas e representantes do governo federal debateram as vantagens da agricultura irrigada como aumento da produtividade e geração de emprego e renda. O problema no Brasil, é que atualmente a irrigação é feita basicamente pela captação da água dos rios e que, por questões ambientais, falta uma política para armazenar a água das chuvas.
? O Brasil perde, por ano, cinco trilhões de quilômetros cúbicos de água. Isto qualifica como o país que mais irriga o mar. E ainda não temos no Brasil um centro nacional de agricultura irrigada para desenvolver tecnologia do uso correto da irrigação ? explica o consultor de irrigação José Roberto de Menezes.
O secretário de Infraestrutura Hídrica do Ministério da Integração Nacional, João Santana, admite que o grande problema é a falta de um plano nacional voltado ao tema. Por isso, foi lançado durante o seminário um Fórum Permanente de Agricultura Irrigada.
? A partir deste seminário, nós teremos 32 entidades públicas e privadas que se reunirão sistematicamente para discutir questões pontuais, setoriais da agricultura irrigada, para juntos elaborarmos um plano, e estabelecer um direcionamento ? disse Santana.
Do Rio Grande do Sul, o diretor da Associação dos Arrozeiros da Cidade de Alegrete, Ivo Mello, trouxe um exemplo positivo, em que produtores investiram em medidas para captar a água das chuvas.
? Cerca de 40% da disponibilidade hídrica para irrigação na cidade do Alegrete provém dos barramentos, da água armazenada em barramentos, açudes, enquanto o resto vem da captação dos rios ? contou Mello.
A tecnologia da irrigação também revolucionou a agricultura do Vale do São Francisco. A produção local gera atualmente mais de um R$ 1 milhão por ano.
? A irrigação eu diria que é, dentro do Vale São Francisco e do semi-árido, é a solução para a agricultura desta região, e uma fonte de segurança alimentar e geração de emprego e renda ? defendeu Frederico Calazans, da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba.