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Chuva desigual em diferentes regiões do Rio Grande do Sul faz com que municípios ainda amarguem prejuízos

Tendência é que as precipitações continuem abaixo do normal e seca persista no EstadoA seca segue firme em parte do Rio Grande do Sul. A chuva da semana passada serviu para saciar a necessidade momentânea de umidade em regiões produtoras de grãos como o norte, o Planalto Médio e Campos de Cima da Serra, mas nos pontos onde a situação era mais crítica o quadro não se reverteu.

Maior núcleo de produção de soja no Estado, o noroeste foi o retrato da irregularidade. Onde houve chuva, foi esparsa e, em regra, com baixos volumes acumulados. Na região de Santa Rosa, além das lavouras, a pecuária leiteira amarga queda de produção devido ao clima.

– As pastagens estão muito prejudicadas, e esta chuva foi muito irregular. Não foi suficiente para recuperá-las. Está tudo murcho – diz o gerente agroindustrial da Cooperativa Mista São Luiz (Coopermil), Milton Racho.

Descendo o mapa, o panorama segue se agravando em Tupanciretã, dono da maior área de soja no Estado. O milho já foi dizimado, e o cenário não é nada animador para a soja.

– A quebra na soja vai chegar a 40% – assegura o agrônomo da Cooperativa Agrícola Tupanciretã (Agropan), Luciano Luiz Callegaro.

Na região central (como noroeste, uma das regiões mais castigadas pelo déficit hídrico), pode faltar água nas barragens até para terminar o ciclo de algumas lavouras de arroz, aponta o diretor técnico da Cooperativa Tritícola Sepeense (Costrisel), Sinval Gressler.

– A evaporação dos reservatórios também é muito forte – acrescenta.

Em Santa Maria, por exemplo, o acumulado na 1° quinzena de janeiro soma apenas 30,9 milímetros, distribuídos em três dias. Em novembro e dezembro, a chuva também foi escassa – apenas 55 milímetros, ou 23% do normal. Dos primeiros 15 dias do mês, 12 tiveram temperatura superior aos 30°C – em cinco deles, passou dos 35°C.

Na região da Campanha, um dos maiores polos da pecuária de corte, a seca que voltou a deixar a zona urbana de Bagé com racionamento faz o gado emagrecer e deve comprometer novamente a taxa de natalidade de terneiros, projeta o assistente técnico do escritório regional da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Erich Oscar Groeger. Mesmo em partes do Estado onde a situação não era tão aguda, o quadro tende a se deteriorar, é o caso da região sul.

– Até a semana passada não havia grandes perdas consolidadas. Mas a tendência é de agravamento – relata o gerente adjunto da Emater em Pelotas, Cesar Demenech.

Estado deve ter registro de pouca chuva até fevereiro

Enquanto cidades como Caxias do Sul registraram, em seis dias, quase o dobro da média de janeiro, regiões com boa parte das lavouras e da pecuária gaúcha tiveram precipitações perto de zero (é o caso de Bagé) ou insuficientes (como Passo Fundo).

Mesmo nas áreas onde a chuva foi mais intensa, é precipitado dizer que a seca acabou. O que definirá se a reposição hídrica é duradoura será a distribuição e a frequência das chuvas. E os prognósticos são pessimistas. Embora a passagem de uma frente fria possa trazer precipitações de até 50 milímetros ao Estado até o dia 24, inclusive com previsão de formação de um ciclone, a meteorologista da Central de Meteorologia da RBS, Estael Sias, não aposta em um grande volume de precipitação.

– Serão chuvas de verão isoladas – aponta.

Do dia 24 até o início de fevereiro, as áreas mais atingidas pela seca, como a Campanha e o Sul, não devem receber chuva alguma. Segundo Estael, nem o enfraquecimento do La Niña deve contribuir para o fim da seca, e a tendência é de que as precipitações continuem abaixo do normal.

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