Chuvas adiam início da moagem de cana da safra 2011/2012 em MT

Situação dos estoques de etanol é tranqüila, de acordo com o diretor do SindálcoolAs fortes chuvas em Mato Grosso fizeram com que fosse adiado o início da moagem da cana da safra 2010/2012 na usina Libra, localizada em São José do Rio Claro (MT). As operações deveriam ter iniciado na última segunda, dia 14. Segundo o diretor executivo do Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras de Mato Grosso (Sindálcool), Jorge dos Santos, como os estoques de passagem estão confortáveis no Estado a empresa optou por aguardar o final das chuvas, previsto para o início de abril.

O Sindálcool ainda não possui uma estimativa fechada sobre a produção de açúcar e álcool deste ano, pois as empresas ainda não têm levantamentos sobre o impacto nos canaviais da forte estiagem ocorrida no ano passado em Mato Grosso. Santos diz que a previsão preliminar é de moagem de 15,5 milhões de toneladas de cana pelas 11 indústrias instaladas no Estado, que proporcionarão a produção de um bilhão de litros de etanol e 450 mil toneladas de açúcar. Na safra passada a produção foi de 850 milhões de litros de etanol e o mesmo volume de açúcar.

A empresa, que deve moer nesta safra 2,5 milhões de toneladas de cana e produzir 280 milhões de litros de etanol, deve iniciar suas operações em primeiro de abril. A empresa já tem 1.600 trabalhadores contratados e deve chegar até o final do ano aos 3.500, para atender também a unidade de Costa Rica (MS), que entra em operação no segundo semestre.

Santos afirmou que, ao contrário de outros Estados produtores, a situação dos estoques de etanol em Mato Grosso é tranquila. Segundo ele, em janeiro deste ano a demanda caiu para 26 milhões de litros, ante 36 milhões de litros em dezembro, em função da retração do consumo provocada pelo período de férias. No ano passado, o consumo de etanol foi estimado em 416 milhões de litros e a previsão para este ano é de 450 milhões.

O diretor do Sindálcool afirmou que um dos problemas enfrentados pelo setor em Mato Grosso é a falta de crédito para atender à necessidade de renovação dos canaviais. Ele diz que um levantamento mostrou que 60% das lavouras de cana da região centro-sul do Brasil estão no quarto ano de corte. Além de baixa disponibilidade de recursos e das dificuldades para acesso aos financiamentos por parte dos fornecedores de cana, o setor também reclama da falta de uma linha específica para renovação dos canaviais, com prazos de amortização mais longos, entre dois e três anos.