O evento reuniu autoridades da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) e do Instituto Riograndense do Arroz (Irga), além de lideranças políticas, no Parque de Exposições do Sindicato Rural do município.
A estimativa para este ano é que a colheita do arroz chegue a 8,17 milhões de toneladas, conforme o último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o que representa 0,7% de incremento em relação à safra anterior. A área total cultivada no Rio Grande do Sul é de 1,11 milhão de hectares, de acordo com Irga. E a produtividade esperada é de 7,3 mil quilos por hectare. Atualmente, os gaúchos produzem 65% do arroz cultivado em todo o país.
– Quero dizer que, apesar de tudo, estamos fazendo nossa parte, produzindo. A concentração agora é na colheita, na secagem, na armazenagem, para buscar a comercialização – disse o presidente do Sindicato Rural de Tapes, Juarez Petry.
Custo de produção
O aumento dos custos de produção é uma das principais preocupações dos produtores arrozeiros gaúchos. Os custos totais por hectare e por saca foram analisados em um estudo encomendado pela Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz). Veja a reportagem completa sobre a pesquisa no box.
– Realmente o custo de produção de R$ 40 foi apurado em novembro de 2014. Após as eleições, sofremos impactos da Economia, eu te diria que o custo não é mais R$ 39, R$ 40, tu pode colocar mais 10% – garantiu Petry.
Comercialização
Conforme números do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), as exportações do grão em dezembro de 2014 foram as maiores do ano-safra, chegando a um volume de 177,98 mil toneladas, puxadas por uma expressiva venda realizada para o Iraque.
Henrique Dornelles, presidente da Federarroz, explica que já existia pelo setor a preocupação da elevação nos embarques. Entretanto, o dirigente acredita que ainda existem gargalos na comercialização. Um dos exemplos é o retorno das relações comerciais dos Estados Unidos com Cuba depois de quase meio século de bloqueio econômico. Os cubanos são responsáveis por 10% das compras do arroz brasileiro. Os preços do produto norte-americano de qualidade similar ao brasileiro estão mais de US$ 50 por tonelada menores e o frete médio dos Estados Unidos para Cuba é mais de 60% inferior ao do Brasil para o país da América Central.
Outro problema de acordo com Dornelles é que a Costa Rica aumentou o imposto sobre transações, especialmente do arroz, mas que os Estados Unidos ficaram de fora da tributação.
– Enquanto o arroz norte-americano entra com taxa zero, nosso arroz precisa pagar 20%. São coisas que gostaríamos de externar com o objetivo de sensibilizar o governo federal de que a gente precisa tomar um outro rumo nas negociações internacionais – esclarece.
Segundo Dornelles, mercados em potencial para o Brasil, como Oriente Médio e América Central, precisam ser acessados pelo governo.