O volume é conseqüência, principalmente, da diminuição nas produções de soja (-8,5%), algodão (-17,7%), feijão (- 18,5%) e milho, que só na safrinha deve registrar redução de 37% em relação ao ano passado, menos um milhão de toneladas a menos do grão.
A queda é reflexo da perda de produtividade das lavouras, prejudicada pela ocorrência de geadas e pela estiagem prolongada em algumas regiões.
Com a aproximação do fim da colheita, uma das preocupações dos agricultores passa a ser a venda da produção, afinal é ela que deve garantir parte do capital necessário para cobrir os custos com a próxima safra. Mas, ao contrário do que era esperado, os preços não agradam. Estão abaixo do preço mínimo, que no Estado, está cotado a R$ 16,50 a saca com 60 quilos.
A baixa cotação tornou mais atrativa a venda do grão para o governo federal por meio dos contratos de opção, que foram negociados em março com preços a R$ 18,40 a saca. Como a maioria destes contratos vence este mês, quando os preços praticados no mercado estão, em média, R$ 4,00 abaixo deste valor, a expectativa da Conab é que pelo menos 620 mil toneladas sejam efetivamente comercializadas no Estado.
O superintendente da Conab no Estado, Alfredo Sérgio Rios, explica que, nestes contratos, o produtor tem a opção de vender ou não para o governo, ou seja, cumprir ou não o contrato fechado antecipadamente. Essa escolha depende da condição do mercado. Como os preços estão abaixo, a entrega de grãos para o governo deve ser alta.
Com o encerramento de um ano agrícola marcado pela expressiva queda da produção de grãos em Mato Grosso do Sul e pela redução dos preços pagos por alguns produtos, a recomendação é preparar a próxima safra com olhar ainda mais atento para os custos. Equilibrar as despesas e a receita pode ser a estratégia mais adequada para que eventuais dificuldades enfrentadas durante o próximo ano agrícola não comprometam a rentabilidade do agricultor.
– Esta recomendação, olhar preços, gerir a atividade, escalonar a venda, pode ser uma alternativa que evite que o produtor fique ainda mais prejudicado em caso de quedas de produção e de preços ? explica Rios.