Silvio Porto observa que a redução das expectativas de produção se deve à falta de chuvas na região Nordeste, que afetou a produtividade das lavouras. Houve queda de 1,852 milhão de toneladas na produção de grãos (-11,6%) do Nordeste entre a previsão de fevereiro e o levantamento deste mês. Porto lembra que, mesmo com a quebra, a produção de grãos se mantém em nível recorde e cresce 10,6% (17,4 milhões de toneladas) em relação à safra passada.
Ele não descarta uma melhora nos próximos levantamentos, principalmente em relação ao milho safrinha, cuja produção em março foi estimada em 41,275 milhões de toneladas, volume 5,5% (2,1 milhões de toneladas) acima do colhido no ano passado. Segundo Porto, a Conab ainda mantém uma projeção conservadora para a produtividade do milho safrinha em Mato Grosso, que é o maior produtor brasileiro. No próximo levantamento de safra, a Conab vai a campo para consolidar os dados do plantio de verão, avaliar a evolução das lavouras de milho safrinha e apurar a intenção de plantio de milho.
Na avaliação do diretor da Conab, as perspectivas são boas para o abastecimento interno de arroz e feijão nesta safra. A Conab estima que a produção de feijão deve aumentar 12,5% para 3,283 milhões de toneladas. Ele diz que a alta recente dos preços do feijão se deve à especulação, pois a quebra que ocorreu na primeira safra no Paraná (-10,4%) é insuficiente afetar a disponibilidade do produto.
Em relação ao arroz, a produção cresceu 3,5% para 12,05 milhões de toneladas que, somadas ao estoque de passagem de 1 milhão de toneladas, superam o consumo estimado em 12,1 milhões de toneladas.