A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) realizará no Rio Grande do Sul um levantamento dos custos de produção do arroz. Segundo a Federação da Agricultura do Estado (Farsul), que questiona a metodologia usada no cálculo do preço mínimo de garantia do cereal, a realização do levantamento foi decidida nesta quarta-feira, 16, em reunião no Ministério da Agricultura com a presença de representantes da entidade e também da Federação das Associações de Arrozeiros do Estado do Rio Grande do Sul (Federarroz) e do Instituto Rio-grandense do Arroz (Irga).
“Os dados são fundamentais para a composição do preço mínimo e a última pesquisa havia sido feita há quatro anos, o que a torna extremamente defasada”, disse em nota.
O economista-chefe do Sistema Farsul, Antônio da Luz, disse no encontro que o produtor brasileiro é prejudicado por políticas do Mercado Comum do Sul (Mercosul). “A importação de produtos que utilizam insumos não autorizados no Brasil e a alta taxação dos agroquímicos acabam por encarecer e tirar a competitividade da produção agrícola nacional”, destacou a entidade. “O governo está procurando os obstáculos existentes para corrigi-los”, comenta Antônio da Luz.
Chuvas
As perdas geradas pelas chuvas do início do ano também foram discutidas. “Precisamos que o próprio produtor nos diga o tamanho da sua perda. Para isso, ele precisa ter condições de andar pela sua propriedade e calcular o prejuízo, o que imaginamos que possa acontecer na próxima semana”, explica Luz.
As enchentes dos últimos dias que atingiram lavouras da metade sul do Rio Grande do Sul, especialmente nas regiões da Fronteira Oeste e da Campanha, trouxeram perdas significativas para a cultura do arroz no estado. Um levantamento da Federarroz indicou que a produção colhida deverá cair dos 8,2 milhões de toneladas de 2018 para 7,3 milhões de toneladas, queda de 11%. Cerca de 6.000 hectares de arroz estariam debaixo d’água.
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